Nova estação vai ser inaugurada sob protesto

Após a polêmica envolvendo o seu nome, a nova estação de metrô do Cantagalo será inaugurada na segunda-feira sob protesto. O Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Metroviário do Estado do Rio, que fará o ato com o apoio da Associação de Moradores e Amigos de Copacabana, acusa o governo do estado de fazer uma inauguração de fachada.

— Visitamos a obra semana passada e a estação estava praticamente no osso. Não se pode brincar com a população dessa forma. Aquele trecho (de 136 metros) custou R$ 478 milhões. É o nosso dinheiro — criticou o presidente do sindicato, Carlos Paz.

O Metrô Rio diz que vai se pronunciar apenas quando a obra for entregue pela Rio Trilhos, mas ressalta que a estação só vai entrar em operação com 100% de segurança. O serviço de atendimento ao público da concessionária informa que ainda não há uma data definida para isso. Segundo um condutor da concessionária, que prefere não se identificar temendo represálias, não há condições de operação.

— O sistema ainda não tem piloto automático. Faltam testes técnicos e eletrônicos. Os carros precisam andar 15 dias numa velocidade programada, sem passageiros. Nem dois meses são suficientes para a estação operar com segurança.

Para inaugurá-la às pressas, estão pegando peças do centro de manutenção na Praça Saenz Peña. Estamos assistindo a uma maquiagem tremenda e não podemos fazer nada. Onde a governadora vai colocar a placa está muito bonito — contou ele.

Obra durou quase 20 anos A presidente da Associação de Moradores e Amigos de Copacabana (AMA-Copa), Miriam Barbosa, também criticou a pressa na inauguração:

— É a vaidade de botar uma placa com o nome dela (da governadora). Como vão inaugurar uma estação que ainda não pode funcionar? — pergunta a líder comunitária.

O secretário estadual de Transportes, Albuíno Azeredo, também não quis comentar a nova polêmica envolvendo a estação, assim como a Rio Trilhos, que confirmou a inauguração, às 15h, com a presença da governadora Rosinha Garotinho.

A expansão no trecho Siqueira Campos-Cantagalo se prolongou por quase 20 anos, desde que um túnel começou a ser aberto nos anos 80, durante o governo Moreira Franco.

Prometida a última vez para ser entregue em março, a obra se arrastou por dois anos e oito meses, devido à falta de recursos. As plataformas de embarque da nova estação ficam 22 metros abaixo do nível da rua. Os acessos, pela Rua Xavier da Silveira e pela Praça Eugênio Jardim, serão feitos por meio de esteiras e escadas rolantes. Segundo a Rio Trilhos, haverá dois elevadores para deficientes.

Fonte: O Globo