Um deslizamento de terra no canteiro de obras da Estação Pinheiros, da Linha 4 do metrô, abriu ontem às 14h55 uma cratera de 80 metros de diâmetro por 30 metros de profundidade, que engoliu quatro caminhões, dois carros e uma van e provocou a interdição da Marginal do Pinheiros. Há pelo menos sete pessoas desaparecidas.
Até o início da noite, os bombeiros haviam retirado da cratera só o motorista de um caminhão. A primeira informação era de que ele estava bem. As buscas deveriam seguir pela madrugada, com equipes usando cães farejadores.
O caso mais grave envolve um microônibus da cooperativa Transcooper da linha 177-Y. O motorista, Reinaldo Aparecido Leite, de 44 anos, chegou a pedir socorro pelo rádio. Além dele, um cobrador e pelo menos quatro pessoas estavam no lotação. Funcionários da cooperativa informaram que o último registro do GPS do veículo foi na Rua Capri, a mesma onde estava estacionado o Fiesta preto do designer Cadu Junqueira, engolido pelo buraco. Um motorista de caminhão também está desaparecido.
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Pelo menos 79 famílias de ruas próximas foram levadas a hotéis. O prefeito Gilberto Kassab avisou que, por precaução, as pistas local e expressa da Marginal ficarão interditadas hoje. O isolamento ocorre num raio de 200 metros do acidente, explicou Kassab. O maior medo dos técnicos era que um guindaste de 50 toneladas também despencasse. A previsão de chuva aumentava o temor. À noite, caminhões começaram a fazer 400 viagens carregados de concreto pela contramão da Marginal, para bombear o concreto para refazer estruturas.
As causas do deslizamento – o 10º da Linha 4 – ainda serão investigadas. O secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, descartou a hipótese de explosão acidental. Operários que estavam no canteiro de obra contaram que houve dois desmoronamentos. O primeiro foi às 14h45. A terra começou a cair, mas foi algo pequeno. O pessoal da segurança pediu para evacuar o local, depois caiu tudo, contou o motorista Roque Udson.
Estou impressionado. Olhando daqui parecem carrinhos de brinquedo, disse o governador José Serra, que só apareceu à noite no local, e disse que não há risco de parar a obra, que deveria estar concluída em dezembro de 2008. Vai ficar pronta no primeiro semestre de 2009, completou o presidente do metrô, Luiz Carlos David, que revelou ao Estado que um afundamento de laje, no dia anterior, serviu de alerta para os operários da construtora.
Risco de mais desabamentos faz 79 famílias deixarem suas casas
Pelo menos 230 pessoas de 79 famílias deixaram ontem suas casas e apartamentos nas três ruas vizinhas ao local do acidente no canteiro de obras do Metrô, por causa do risco de outros desabamentos. Até 20h30, 60 pessoas haviam deixado imóveis, segundo a Assessoria de Imprensa do Metrô. Elas foram levadas para hotéis da região e terão hospedagem e despesas pagas pela seguradora Unibanco AIG, que tem contrato firmado com o consórcio que executa a obra. Segundo o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, o contrato garante não só a hospedagem em hotéis, mas também indeniza moradores em caso de necessidade de reconstruir ou reformar imóveis afetados pelo desabamento. Os removidos ficarão hospedados em hotéis o tempo que for preciso, segundo Portella.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, Djair Paca de Lima, não há previsão para o retorno dessas famílias às casas. ´Somente depois da solução do problema é que elas poderão retornar. E isso vai levar dias, talvez semanas´, disse. Segundo ele, as famílias foram removidas porque suas casas correm riscos ´Estão com rachaduras e cheias de trincas, por conta do acidente de hoje (ontem).´
Lima afirmou que algumas famílias foram obrigadas a sair pelo risco que os imóveis ofereciam e outras foram apenas convidadas a sair. ´Todas entenderam o problema e não houve resistências.´ A Rua Conselheiro Moreira Pinto até a esquin
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