“Se a dívida da Ferropar (Ferrovia Paraná S.A.) com o Estado do Paraná fosse inventada, a Justiça não teria decretado sua falência”. Com estas palavras o presidente da Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A.), Samuel Gomes, contestou as afirmações da empresa falida Ferropar, ex-subconcessionária da ferrovia de propriedade da Ferroeste, tornadas públicas nesta quarta-feira (17).
De acordo com Samuel, a dívida chega a R$ 70 milhões devido ao não-pagamento pelo uso da ferrovia, valor que deverá aumentar quando forem incluídos os prejuízos provocados pela má conservação da linha férrea, cuja responsabilidade era da Ferropar até 18 de dezembro de 2006, data em que a Ferroeste assumiu o controle da operação.
O presidente da Ferroeste também contestou as declarações da Ferropar de que os seus acionistas não são donos da Transferro Operadora Multimodal S.A. e da FTC (Ferrovia Tereza Cristina S.A.), empresas que alugaram à Ferropar as locomotivas e vagões que operavam na ferrovia. “É fato notório que os administradores das três empresas são as mesmas pessoas”.
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“Basta ver o absurdo de um dos sócios da Transferro, Benony Schimtz Filho, ser ao mesmo tempo diretor presidente das três empresas: Transferro, Ferrovia Teresa Cristina e Ferropar. No contrato de leasing entre a Transferro e a Ferropar ele assina o contrato nos dois pólos, como locador e como locatário. E o contrato, como denunciou a própria Ferropar à Justiça de Santa Catarina, estava superfaturado. Ou seja, sócios da Transferro davam prejuízo à Ferropar, da qual também eram donos, em benefício de si próprios”, revela.
Recurso – Em relação à ação que a Ferropar move contra a União e o Estado em Brasília, para uma revisão do contrato de subconcessão da ferrovia, Samuel afirma que a medida foi adotada pela empresa privada para ganhar tempo e fugir das responsabilidades de inadimplente. “Na verdade, a quadrilha de predadores da Ferropar sonhava em conseguir fazer escoar o mandato do governador Roberto Requião sem solução para a luta do Estado pela retomada da ferrovia”, relatou.
“Eles sonhavam com a não reeleição do governador e sonhavam com mais uma negociata com algum governo vendilhão que o substituísse. Mas o seu sonho virou pesadelo: retomamos a ferrovia na Justiça e o governador Requião foi eleito para mais um mandato”, completa.
Samuel acredita que já não é mais hora de discutir com a Ferropar. “Agora é olhar para a frente. Estamos retomando o projeto original da Ferroeste. O problema dos predadores da Ferropar é com a Justiça. Nosso assunto não é mais a Ferropar, aliás uma empresa falida, extinta, desaparecida, destruída pelos seus próprios donos. Nosso assunto agora é produção e desenvolvimento”, encerra.
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