Quem anda pelas ruas e avenidas de Fortaleza deve ter percebido o retorno das obras do Metrofor em quase toda a extensão da linha férrea. O objetivo é fazer com que o metrô comece a operar, a partir de 2008, nos 18 quilômetros que separam as estações Vila das Flores e Couto Fernandes. Segundo o diretor-presidente do Metrofor, Rômulo Fortes, a partir do próximo ano Fortaleza deverá passar a contar com um metrô de superfície. 2008 é uma data possível para que o Metrofor comece suas operações com 100% de filosofia metroviária, afirmou.
Para tanto, as estações e a malha ferroviária tiveram de sofrer adaptações. Um elevado de nove metros de altura e 2,2 quilômetros de extensão ligará a Estação Couto Fernandes à Estação Parangaba. No Conjunto Esperança, será feito o Viaduto Rodoviário da rua Maria Gomes de Sá. No Mondubim, uma passagem sob o cruzamento da linha férrea com a avenida Presidente Costa e Silva (Perimetral) deverá ser construída.
De acordo com o Metrofor, da Vila das Flores até o Aracapé, a via permanente (linha ferroviária eletrificada) e as obras brutas (sem acabamento) das estações de Vila das Flores, Jereissati, Maracanaú, Novo Maracanaú, Pajuçara, Alto Alegre e Aracapé já foram concluídas.
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Os trens movidos a diesel continuarão percorrendo o trecho que se estende da Estação Couto Fernandes à Estação João Felipe (Centro) e a Linha Oeste (Caucaia/João Felipe). Rômulo Fortes informa que a Estação Couto Fernandes cumprirá uma dupla função: será uma estação terminal para os trens elétricos e uma estação de transferência de passageiros para os trens a diesel. Quatro trens elétricos e dois trens movidos a diesel atenderão a população. 24 minutos deverá ser o tempo de espera máxima pelo trem.
As atuais obras são fruto de um convênio firmado em 25 de novembro de 2005 entre a União, o Governo do Estado, a Companhia Cearense de Transporte Metropolitano (Metrofor) e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). O documento estabeleceu novas metas para ambas as partes, como a conclusão do 1º estágio da Linha Sul (João Felipe/Vila das Flores) e a conclusão das obras em 13 estações. O valor destinado para a realização do trabalho ficou em R$ 588 milhões, a serem pagos pela União e pelo Governo do Estado.
Segundo Fortes, desde a aprovação do convênio, as obras do metrô entraram no Plano Plurianual de Investimentos (PPI). Isso significa que o metrô passa a constar da lista de projetos de infra-estrutura prioritários para o governo. Em 2006, R$ 127 milhões (R$ 101 milhões da União e R$ 26 milhões do Estado) foram destinados ao Metrofor. Desse total, R$ 101 milhões foram aplicados nas obras. Além do restante do dinheiro aprovado para o ano passado, o metrô de Fortaleza pode contar, em 2007, com o valor restante dos R$ 588 milhões.
O problema agora, segundo Fortes, é técnico e não financeiro. O repasse final ficou todo para 2007, mas, como a obra ficou muito tempo parada, dependemos da capacidade de produção das empresas do consórcio, principalmente no que se refere à construção de material rodante (trens). As empresas têm outras demandas e não podemos furar a fila, disse. Por causa disso, o Metrofor irá negociar, com o Governo Federal, um prazo de tempo maior para que o restante do repasse seja feito.
Entenda o caso
Fim da década de 70 – Os trens de Fortaleza e Zona Metropolitana já não suportam a demanda dos passageiros. É daí que surge a idéia de um metrô de superfície em Fortaleza.
Setembro de 1987 – O governador Tasso Jereissati assina o contrato para a instalação do Metrofor com a CBTU e a Reffsa, com vigência a partir de 14 de abril de 1988.
Maio de 95 – O POVO estampava em sua edição que o projeto seria iniciado em 1996, com previsão de término em 2000.
Março de 1996 – FHC e Tasso viajam ao Japão e assinam o protocolo de financiamento com o Eximbank no valor de US$ 268 milhões. Agora falta o aval do projeto pelo Senado.
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