Um desabamento nas obras do Metrô, na Avenida Nações Unidas, altura do número 7.000, em Pinheiros, na zona oeste da cidade, abriu uma enorme cratera no local, que já chega a 100 metros de diâmetro e 30 metros de profundidade. Ali fica a estação Pinheiros da linha 4, que está em construção. Os bombeiros afirmam que há notícias de feridos e pelo menos um funcionário está desaparecido. Uma van que estava desaparecida foi encontrada. Havia suspeita de que ela tivesse sido engolida.
Viaturas do Corpo de Bombeiros estão no local e cães farejadores ajudam no resgate das possíveis vítimas. Cerca de cinco veículos pesados que trabalhavam nas obras foram engolidos pela terra. Um guindaste de 50 metros de altura ainda corre o risco de cair. Este é o quinto acidente na linha 4 do Metrô.
As primeiras informações dão conta que o acidente foi causado por um bloco de concreto, que estava sendo transportado pelo guindaste. O bloco teria se soltado e causado o desmoronamento.
Moradores de casas vizinhas foram desocupadas porque há risco de desabamento. Prédios da região estão sendo evacuados. No Edifício Passarelli, localizado a alguns metros do local, o estacionamento corre o risco de desabar. O fornecimento de energia está cortado em diversas ruas do local.
O Metrô afirma que ainda não tem informações sobre o que ocorreu. O acidente aconteceu por volta de 15h, quando havia 20 funcionários trabalhando na obra.Três deles tiveram ferimentos leves. Segundo os bombeiros, os operários perceberam que havia risco de desabamento e evacuaram o local rapidamente. Segundo funcionários que trabalham na obra, o chão começou a trincar e o alarme de emergência foi acionado meia hora antes do desmoronamento. O fornecimento de energia foi cortado, mas já está parcialmente restabelecido. Por enquanto, não há indícios de que houve vazamento de gás.
A pista local da Marginal Pinheiros, sentido Castello Branco, foi interditada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) logo após a Ponte Eusébio Matoso por causa do desabamento. Os motoristas devem evitar a região. Várias ruas ao redor do acidente estão bloqueadas. Técnicos da CET e da Prefeitura estão no local.
O desmoronamento aconteceu onde dois túneis da linha 4 do Metrô se encontraram em dezembro. Com o encontro desses túneis, o Metrô havia concluído a interligação de 1.600 metros de escavação entre a futura estação Butantã, na Avenida Vital Brasil, e o poço de obras Ferreira de Araújo, que fica na Rua Ferreira de Araújo.
O local possibilitava o trânsito de operários e máquinas de uma margem à outra do Rio Pinheiros, sem interferências na parte externa. Moradores reclamam que as casas ao redor já apresentavam rachaduras provocadas por explosões para abrir o túnel.
As escavações nesse trecho foram feitas a partir do corpo da estação Pinheiros, que possui 14,5 metros de diâmetro, bem maior que o túnel de vias do trem, com 9 metros. O método de escavação utilizado foi o New Austrian Tunneling Method (NATM) ou túnel de mineração, com o uso de explosivos. As obras tinham 27 frentes de trabalho.
No local, também estavam sendo realizadas as escavações dos túneis de interligação com a estação Pinheiros da CPTM. Até dezembro, as escavações da estação Pinheiros da Linha 4 tinham produzido 41.500 metros cúbicos de terra e pedra, o correspondente a 4.150 caminhões-basculantes.
A obra da Linha 4 está orçada em US$ 1,2 bilhão. A operação comercial da primeira etapa, a chamada de linha da integração, tem previsão inicial para dezembro de 2008, com uma frota de 14 trens (de 6 carros cada um). Nessa etapa, a linha vai operar os 12,8 quilômetros de vias subterrâneas e as seis estações prioritárias: Butantã, Pinheiros, Faria Lima, Paulista, República e Luz, que farão integração física e tarifária com as quatro linhas do Metrô (linhas 1, 2 e 3, respectivamente, nas estações Luz, Paulista e República) e ligação indireta com a Linha 5 (Capão Redo
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