O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira, afirmou em entrevista, ao Jornal Valor Econômico, que pretende alterar os projetos da ferrovia Transnordestina, incluindo a construção de um novo ramal, ligando a região de Barreiras, no oeste baiano, aos portos de Salvador, capital da Bahia. O local é um grande produtor de soja e algodão. O projeto da Transnordestina prevê a construção de dois ramais ferroviários, que começam na cidade de Eliseu Martins – no Sul do Piauí –, e chegando aos portos de Pecém, no Ceará, e de Suape, em Pernambuco. O projeto custará R$ 4,5 bilhões e as primeiras obras foram iniciadas em agosto do ano passado. Geddel Vieira é baiano e assumiu o ministério há 11 dias. “A construção deste ramal baiano vai desfazer a Transnordestina”, comentou o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger, acrescentando que a primeira dificuldade para implantar o novo ramal é financeira.
Para fechar a engenharia de recursos para as obras da ferrovia, ocorreu uma discussão de mais de oito anos. Embora a obra esteja sendo construída pela Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), a União banca uma quantia superior aos R$ 3 bilhões.
Alguns técnicos e empresários acreditam também que a construção de um ramal que ligue Barreiras a Salvador vai inviabilizar o ramal da ferrovia que vai cortar Pernambuco.
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“É capaz de agora só sair o ramal baiano”, disse um empresário, que preferiu não se identificar e que atua numa das áreas que seria beneficiada pelo ramal pernambucano da ferrovia.
A região de Barreiras faz praticamente uma reta com a cidade de Salvador. O que leva alguns técnicos do setor de transporte e empresários de soja a argumentarem que a construção de um ramal ferroviário, ligando Barreiras a Salvador, não retiraria a carga do Sul do Piauí.
Ainda na mesma entrevista, Geddel disse “não ter compromisso com a gestão Ciro Gomes”. Os dois principais projetos que estão sendo realizados pelo ministério são o da ferrovia e o da transposição de águas do Rio São Francisco, que eram tidos como prioridades na gestão de Ciro e Pedro Brito, que antecederam Geddel. A realização dos projetos foi promessa de campanha do presidente Lula.
TRANSPOSIÇÃO – Também avaliado em R$ 4,5 bilhões, o projeto de transposição de águas do Rio São Francisco deverá ficar mais caro com as alterações que o ministro pretende fazer. A transposição consiste na construção de dois grandes canais que captarão a água do Rio São Francisco e levarão para os municípios de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
A intenção do ministro é fazer obras hídricas nos estados que se consideram os doadores da água do Rio São Francisco, como a Bahia, Sergipe e Minas Gerais. Geddel já pediu que fosse iniciado um levantamento para escolher obras hídricas que possam ser realizadas nesses Estados.
Não fazemos mais obstrução por causa do apagão. O apagão agora será tema de CPI Mista, de CPI no Senado e de decisão do Supremo Tribunal Federal, disse ontem o vice-líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA). O pedido de abertura da CPI foi derrubado pelo plenário da Câmara na quarta-feira. A oposição espera decisão do ministro Celso de Mello, do STF, sobre o assunto. Tem convicção de que o magistrado determinará a instalação da CPI, assim como fez com a CPI dos Bingos em 2005, no Senado, quando o governo resistiu a instalá-la.
Nossa obstrução durou o tempo que seria possível para evitarmos o desastre de a Câmara derrubar a CPI do Apagão Aéreo. Como isso já foi feito, a Casa não tem mais como voltar atrás e a obstrução perdeu o sentido. Vamos esperar o Supremo, disse ontem o líder do PSDB, Antonio Pannunzio (SP).
Ontem, Chinaglia comemorou o fim a obstrução, mas lamentou as duas semanas de trabalho parado: Apesar de a obstrução ser regimental, quando a Câmara deixa de votar, tudo se acumula,
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