A companhia América Latina Logística (ALL) deu início esse mês à instalação de novo dispositivo nas locomotivas que operam na Malha Norte, que incluí os estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Denominado de “cerca eletrônica”, o dispositivo transforma os limites da licença para circulação, recebidos pelos computadores de bordo das locomotivas (CBL), em dados que indicam a localização por latitude e longitude. A previsão é de que toda a Malha Norte esteja operando com o novos sistema até o início de agosto.
Com isso, a localização do trem é monitorada via GPS e, caso o maquinista ultrapasse o limite da licença recebido, o trem é parado automaticamente. “O dispositivo alerta sobre a proximidade do final da licença, permitindo que o maquinista tome as medidas necessárias para parar o trem com segurança. Em última instância, caso ele não atenda as mensagens de alerta, o CBL atua diretamente no freio da locomotiva, parando o trem”, explica César Leandro Prato, gerente de Projetos e Tecnologia Operacional da ALL.
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Instalado desde 2004 na malha operada pela empresa no sul do país, a previsão é que o novo dispositivo auxilie na redução de ocorrências.
Além disso, a comunicação por satélite com o sistema de controle de tráfego ferroviário permite automatizar o preenchimento e envio de uma série de informações, o que reduz a necessidade dos maquinistas responderem via teclado. E ainda garante ao maquinista a mesma visão da via que o operador do Centro de Controle Operacional (CCO). O CBL foi desenvolvido pela ALL Tecnologia e empresas parceiras e comercializado para outras ferrovias no Brasil e no mundo.
Em todo seu trecho, a ALL investirá este ano cerca de R$ 550 milhões. Serão recuperadas 40 locomotivas e 1.800 vagões da frota morta da antiga Brasil Ferrovias (muitos parados há mais de 10 anos), além da troca de 20 mil toneladas de trilhos e instalação de 340 detectores de descarrilamento. Somente de junho a dezembro do ano passado, a empresa já investiu R$ 120 milhões no trecho da antiga Brasil Ferrovias (estados de SP, MT e MS).
A empresa destaca que, quando adquiriu o controle da Brasil Ferrovias (ferrovias Ferroban, Ferronorte e Novoeste), no final de maio do ano passado, eram registrados, em média, 170 acidentes para cada milhão de quilômetro percorrido pelo trem. No primeiro trimestre deste ano, este índice foi reduzido para 64. Para este ano, a meta é reduzir em 50% as ocorrências. Na Malha Sul (estados de PR, SC e RS), onde a ALL administra a malha há 10 anos, atualmente são registrados 12,2 acidentes para cada milhão de quilômetro percorrido pelo trem.
Apenas em tecnologia, a ALL investirá um total de R$ 14 milhões no ano. Os novos recursos serão direcionados a uma extensa gama de projetos, entre os quais se destacam a implementação da segunda versão do CBL (Computador de Bordo de Locomotiva), a reestruturação do sistema operacional da empresa, o Translogic, a evolução do Sistema de Informação da Via Permanente, que passará a co
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