Após cobrança dos bauruenses, amplamente divulgada pelo Jornal da Cidade, a América Latina Logística (ALL) reformou as quatro cancelas existentes em passagens em nível nas linhas férreas que cortam a cidade. A medida ajuda na segurança de pedestres e motoristas que passam pelos locais. Porém, a passagem em nível de maior movimento na cidade, na avenida Comendador José da Silva Martha, continuará sem cancela. Pela via, no horário de pico, pela manhã e à noite, passam cerca de 35 automóveis por minuto, segundo apurou o JC.
Através da assessoria de imprensa, a ALL afirmou que reformou as quatro cancelas, mas não instalou nenhuma nova. As reformadas estão instaladas entre as quadras 4 e 5 da rua Aimorés, na quadra 1 da rua São Sebastião, entre as quadras 4 e 5 da rua Antônio Alves e entre as quadras 2 e 3 da avenida Daniel Pacífico.
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A ALL argumenta que a instalação de novas cancelas é de responsabilidade da prefeitura. Por sua vez, a administração municipal alega que não tem autonomia para atuar dentro da área de limite da concessionária dos serviços ferroviários e que a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb), gerenciadora dos serviços de trânsito na cidade, mantém sinalização vertical de alerta nas imediações do cruzamento com a linha férrea.
Na última terça-feira, o promotor de Habitação e Urbanismo do Ministério Público Estadual (MPE), José Carlos Carneiro de Oliveira, ajuizou ação civil pública contra a Prefeitura de Bauru e a ALL. No processo, Oliveira solicita que o Executivo e a concessionária que opera a linha férrea da cidade e região sejam obrigados a instalar cancelas nas passagens em nível onde o equipamento é inexistente e repará-las nos locais em que estejam inoperantes ou danificadas.
Riscos
Enquanto o jogo de ‘empurra-empurra’ continua, os pedestres e motoristas se arriscam ao atravessar a linha férrea na avenida Comendador José da Silva Martha. O pedreiro Antônio dos Santos passa todos os dias pelo local, para ir ao trabalho e para casa. “É uma avenida de grande movimento e a maioria dos automóveis não pára ao passar pela linha férrea. Um dia, quando passava com meu filho pela via, fiquei com medo de presenciar um acidente”, diz.
Ele conta que o maquinista apitou quando estava muito próximo da passagem pela via. “Fiquei com medo dos automóveis não terem tempo de parar. Ainda bem que ninguém se chocou com o trem”, diz.
No ano passado, uma motorista teve de saltar do carro ao ver que iria bater em um trem na passagem em nível da avenida. Duas locomotivas que puxavam 65 vagões para transporte de combustíveis, que estavam vazios, seguiam de Bauru para Replan, terminal localizado na região de Campinas. Ao passar pela avenida, a composição bateu no Gol, que seguia do Jardim Estoril para a região do Recinto Mello Moraes. Com o impacto, o Gol caiu em uma valeta. Porém, a condutora saltou antes do trem atingir o veículo. Ela sofreu ferimentos leves.
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