A superintendência regional da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) descarta negligência dos serviços de sinalização nos dois acidentes ocorridos em Natal no intervalo de duas semanas (dias 12 e 26 deste mês). A empresa argumenta que nos dois casos os cruzamentos da pista com a linha férrea estavam equipados com semáforo e cancela.
No primeiro acidente, ocorrido num cruzamento do conjunto Soledade, na Zona Norte, a estudante Ana Luíza Ferreira de Araújo, de 11 anos, sofreu traumatismo craniano e perda de massa encefálica e morreu uma semana depois da colisão. O veículo era conduzido pelo pai dela, que sofreu pequenas escoriações, numa noite chuvosa.
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Na segunda-feira passada, o fato voltou a acontecer, em Extremoz, quando um trem colidiu com um caminhão da empresa Atrevida. O veículo é utilizado para transportar gás butano em estado líquido, mas não estava abastecido no momento do acidente. Por causa da colisão, a BR-101 Norte ficou interditada por horas e os usuários da linha ficaram sem o serviço à tarde.
‘‘Nos dois casos a sinalização estava ativa’’, garantiu o superintende regional da CBTU, José Fernandes da Silva, alegando que a maioria dos acidentes com trem ocorrem por desobediência dos motoristas à legislação de trânsito que trata sobre o cruzamento da estrada com a linha férrea. ‘‘A gente apela para que as pessoas tenham mais disciplina quanto às normas’’, diz.
José Fernandes acrescenta que a CBTU mantém uma fiscalização permanente nos cruzamentos e cobra dos órgãos de fiscalização de trânsito uma campanha educativa acerca da passagem dos veículos sobre a linha férrea. ‘‘A legislação diz que o órgão resposável pela via construída por último num cruzamento é que deve providenciar a sinalização’’, informa o superintendente.
Ele afirma ainda que a CBTU está com um grupo de trabalho trabalhando permanentemente para substituir nos cruzamentos equipamentos danificados. Apesar disso, Fernandes reconhece que nem todos os cruzamentos têm cancela, mas adianta que a empresa está licitando a compra de três cancelas automáticas. Segundo ele, nas linhas férreas de Natal há apenas dois equipamentos desse tipo, os demais são manuais.
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