O governador Sérgio Cabral deu seu aval ao projeto de construção do trem bala entre Rio e São Paulo. Nesta terça-feira, ele recebeu no Palácio Guanabara representantes da Italplan, a empresa italiana de engenharia que, a pedido da Valec, empresa vinculada ao Ministério dos Transportes, desenvolveu o estudo de viabilidade da ligação ferroviária entre os dois Estados.
— Gostei muito do que vi. E esse é um projeto necessário. Eu já falei com a Ministra Dilma Rousseff e ela quer que o trem bala saia do papel o mais rápido possível — disse Cabral.
A expectativa do governo federal é licitar o projeto até, no máximo, início de 2008. Com a previsão de sete anos para a execução da obra, em 2015, cariocas e paulistas já poderiam ir de uma cidade a outra em apenas uma hora e meia.
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O secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, e o diretor da área de Inclusão Social e de Crédito do BNDES, Elvio Gaspar, também participaram da reunião. O secretário destacou que há diversos grupos de investidores interessados na construção do trajeto, como coreanos, japoneses, franceses e até consórcios brasileiros. E que o país precisa entrar numa nova era, a do deslocamento rápido sobre trilhos.
— A partir dos anos 90, a Europa passou por uma intensa modernização nos transportes, com a implantação de trens de alta velocidade nas principais cidades. Hoje, você viaja todo o continente de trem. E a demanda por este serviço cresce a cada ano. Precisamos ter no Brasil outras alternativas de deslocamento — disse Lopes.
O projeto italiano não prevê gastos públicos. Toda a construção seria financiada pelo grupo vencedor da licitação, que teria direito a explorar o percurso durante 35 anos. Pelos cálculos da Italplan, os U$ 9 bilhões necessários para a construção das linhas poderiam ser recuperados em apenas três anos e meio de funcionamento. Espera-se que, só no primeiro ano, 32,5 milhões de passageiros utilizem o trem para se deslocar entre Rio e São Paulo.
O trem bala teria capacidade de transportar 855 passageiros por viagem, além de carga. A viagem, à cerca de 300 km/h, seria feita em uma hora e meia, a um custo estimado de R$130,00. Bem mais em conta do que a ponte aérea, hoje com tarifas custando em média R$ 300,00. O projeto, aprovado pelo Tribunal de Contas da União no final de abril, ainda promoveria uma onda de desenvolvimento na região sudeste, com a geração de 140 mil novos postos de trabalho durante as obras. Pelos planos dos engenheiros, o Rio de Janeiro ficaria com o centro de operações da ferrovia, além de receber as instalações de manutenção e apoio par os trens.
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