A participação federal na construção do Expresso Bandeirantes – trem rápido de ligação entre a capital e Campinas, com passagem pelo Aeroporto de Viracopos e Jundiaí – será tema de reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador José Serra na próxima semana. Na pauta do encontro também estará o Expresso Aeroporto, que fará a ligação com o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos.
Ontem o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, disse que o governo está preparando medidas para facilitar o acesso rodoviário a aeroportos como Viracopos e Cumbica, que são as alternativas para desafogar o movimento em Congonhas. ´Falamos com o presidente sobre isso, e ele pediu que tomássemos providências para facilitar ao acesso aos aeroportos´, disse Nascimento. O ministro, entretanto, não quis adiantar quais medidas poderão ser tomadas. Limitou-se a dizer que terá ´novidades sobre isso na próxima semana´.
O Plano Nacional de Logística e Transporte, do Ministério dos Transportes, prevê R$ 41,6 milhões para a ampliação do terminal de cargas domésticas do Aeroporto de Viracopos, além de R$ 268,5 milhões para ampliação do terminal de cargas internacionais e R$ 254,3 milhões para o terminal de cargas domésticas do Aeroporto de Cumbica. A ligação ferroviária rápida entre a Região Metropolitana de Campinas e a capital é discutida há mais de 25 anos.
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´ESTABILIDADE ECONÔMICA´
Para o presidente da Agência de Desenvolvimento de Trens Rápidos entre Municípios (AD-Trem), Guilherme Quintella, ´a estabilidade econômica (do País) é fundamental para a estruturação de investimentos com prazos maiores, ampliando a possibilidade de viabilização das PPPs para as grandes obras´. Segundo o Departamento do Saneamento e Transportes do BNDES, o trem do aeroporto, via parceria público-privada (PPP), precisaria de pouco recurso público.
´O governo federal tem que participar porque no sistema sobre trilhos de São Paulo, nós transportamos 75% do movimento de passageiros do Brasil, CPTM mais Metrô. O governador José Serra está indo semana que vem falar com o presidente Lula acertar a participação do governo federal´, disse o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos José Luiz Portella.
Segundo Portella, um dos grande interessados no Expresso Bandeirantes é a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). ´(Eles) têm um interesse muito grande no movimento de cargas entre Viracopos e Cumbica. Com isso, a gente faz uma junção total: sai a carga que hoje vem geralmente por caminhão, e você vem de lá e pode chegar a Cumbica a carga´, explicou.
Entretanto, esse projeto ainda está na fase embrionária. Estudos mostram que a construção dessa estrada de ferro custará em torno de R$ 2,7 bilhões, sendo R$ 2 bilhões para obras de infra-estrutura, desapropriações, construção de vias, viadutos, pontes, passagens e túneis, além de R$ 700 milhões para compra de trens. Pode-se usar parte da Linha A da Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM), que vai de Jundiaí-Franco da Rocha, até o terminal Barra Funda, na capital. De Jundiaí até o centro de Campinas acompanharia a faixa de concessão da Ferrovia Bandeirantes (Ferroban).
´O grande interesse comercial dessa linha é o transporte de cargas. É uma exploração nova que é a movimentação de cargas entre Viracopos e Cumbica, que hoje é feito por estradas. Pode ser feita conexão com a Linha A, e depois para o Expresso Aeroporto´, previu Portella.
´Nós podemos fazer essa linha para Guarulhos se houver participação (federal), e se todos entrarem com recursos. E o governo do Estado está disposto a participar dessa e da (linha) que poderia vir de Viracopos, que não deve se restringir a São Paulo, mas deve ser mais ampla, para conectar aeroportos´, disse Serra.
Pelo estudo, o trem percorrerá 93 quilômetros entre Campinas e São Paulo em cerca de 50 minutos, com uma parada em Jundiaí, e a tarifa cobrada s
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