Seria muito bom se fosse confirmada a notícia de que, até 2013, teremos uma linha de trem-bala entre São Paulo e Rio. Além disso, melhor ainda, se sair do papel a idéia de ter mais duas linhas de trens rápidos: uma para o aeroporto de Cumbica (Guarulhos, na Grande São Paulo) e outra entre São Paulo e Campinas.
Esses projetos são extremamente oportunos, porque as ferrovias são a base do transporte de passageiros em países desenvolvidos. Aqui, foram sucateadas, e são poucas as que transportam passageiros. O trem é seguro, confortável e veloz. Não depende de controladores de vôo, nem pára por causa de problemas na pista ou de neblina.
Deveríamos, porém, ser muito mais ousados e reativar as ferrovias para transportar passageiros em todo o país. Interligar as capitais brasileiras às principais cidades do interior de cada Estado. Multiplicar os trens-bala entre capitais próximas, pois essas linhas podem contar com o investimento do capital privado nacional e internacional.
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Além disso, ampliar os tipos de carga hoje transportados por trem, para grãos, principalmente, a fim de reduzir os acidentes fatais nas rodovias brasileiras, freqüentemente com a participação de caminhões, pelos mais variados motivos.
Se for possível viajar de trem entre São Paulo e Rio, nos 85 minutos previstos, a um preço similar ao da ponte aérea, não há dúvida sobre o sucesso comercial dessa operação. O transporte ferroviário de passageiros seria ainda mais eficaz se as hidrovias também fossem prioritárias, para transporte de carga e de passageiros, considerada, obviamente, a proteção ambiental.
Esse seria um bom programa para unir todos os brasileiros, em torno de um projeto de qualidade de vida. Estamos fartos de acompanhar a novela do Senado, com argumentos para boi dormir.
Também não suportamos mais o roteiro de filme B, repetido ad nauseam, em que a Polícia Federal cumpre o seu papel, flagra criminosos de colarinho branco, e eles são, certamente, liberados pela Justiça.
Menos politicagem e mais trabalho, autoridades brasileiras. O trem foi tão importante para o desenvolvimento brasileiro que se incorporou ao nosso vocabulário, com expressões como trem de cozinha, trem da alegria (alô, Brasília!), e como sinônimo de coisa, nas Gerais.
As estações ferroviárias foram focos de desenvolvimento nas cidades do interior brasileiro. Hoje, abandonadas, se transformaram em centros culturais, comerciais, repartições públicas. Ou, simplesmente, há suas ruínas, como lembrança de um tempo em que éramos, ao menos no item transporte, mais civilizados do que somos hoje.
É saudosismo, sim, mas de algo bom, de um trem bom. E também uma metáfora para esse país, que precisa, de modo urgente, voltar para os trilhos do desenvolvimento, oferecendo mais alternativas para os passageiros, além de solucionar o apagão aéreo.
Os consumidores agradecerão.
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