Até o final deste ano a América Latina Logística (ALL) deve ter mais dois terminais de carga no Rio Grande do Sul. A idéia é investir, juntamente com parceiros estratégicos e ainda não revelados, em locais bem específicos como Rio Pardo – para atender a demanda da indústria fumageira concentrada na região – e Passo Fundo – para atender cargas frigorificadas como carnes bovina e de frango gaúchas e também vindas do sul de Santa Catarina. Conforme Wagner Cassalha, coordenador comercial de industrializados no Rio Grande do Sul, esse plano de novos terminais faz parte da estratégia para a conquista de mais e novos clientes de cargas conteinerizadas.
Hoje, a ALL opera com a parceria da Standard Logística num terminal frigorificado na cidade de Esteio, próximo a Porto Alegre. “São cerca de 400 contêineres por mês que embarcam rumo ao Porto de Rio Grande, sendo 80% de cargas frigorificadas (frango) e 20% de cargas secas, como máquinas, móveis, couros e calçados”, conta Cassalha.
O executivo acredita que o esforço da ALL para conquistar mais clientes de cargas gerais será bem sucedido, uma vez que a intermodalidade tem sido muito procurada e a ALL pode fazer a integração entre rodovias e ferrovias com muita eficiência. “Isso acontece porque temos também um terminal dentro do TECON Rio Grande – terminal privado – e já em área alfandegada”, comenta.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
Os dois novos terminais no interior do Rio Grande do Sul devem ter capacidade para 600 contêineres por mês e tratam-se de obras relativamente simples: “É por isso que acredito que até o final deste ano tudo deve estar concretizado”, observa Cassalha, mantendo discrição sobre quem são os parceiros locais e qual o investimento propriamente dito.
Também no terminal em parceria com a Standard Logística deverá ocorrer uma ampliação para operações de cargas gerais. “Há uma área adequada para isso”, adianta o coordenador. A expectativa dele de crescimento do segmento de cargas industriais para 2008 é de dobrar o volume que tem sido realizado hoje, cerca de 20 conteineres por dia. “Isso será possível com as novas estruturas e também pelo trabalho comercial bastante agressivo que estamos começando a fazer na abordagem aos clientes”, resume.
A ALL é a maior companhia ferroviária do Brasil. Possui uma malha de 20.495 mil quilômetros de extensão, que abrange os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul no Brasil e as cidades de Paso de los Libres, Buenos Aires e Mendoza na Argentina, e opera uma frota de 1.000 locomotivas e 29,5 mil vagões, além de cerca de 1.297 veículos entre próprios e agregados. Possui ainda uma estrutura consolidada que conta com mais de 70 unidades espalhadas por cidades do Brasil, Argentina, Chile e Uruguai e localizadas em pontos estratégicos para embarque e desembarque de carga.
Entre seus principais clientes, estão algumas das maiores empresas do país, como Cargill, AmBev, Unilever, Ford, Votorantim, Scania, Ipiranga e Gerdau. Conforme informações da companhia, seus serviços logísticos incluem o desenvolvimento de projetos customizados, movimentação nacional e internacional door-to-door, distribuição urbana, coletas milk run, gestão completa de armazéns, centros de distribuição e estoques. Atende aos mais diversos segmentos: commodities agrícolas e fertilizantes, combustíveis, construção, madeira, papel, celulose, siderúrgicos, higiene e limpeza, eletro-eletrônicos, automotivo e autopeças, embalagens, químicos e petroquímicos, bebidas, entre outros.
A empresa iniciou suas atividades em março de 1997 como Ferrovia Sul Atlântico, ao vencer o processo de privatização da malha ferroviária sul (PR, SC e RS). Em dezembro de 1998, por meio de um contrato operacional, passou a operar também no trecho sul de SP. Em agosto de 1999 adquiriu as ferrovias argentinas MESO e BAP, dobrando a extensão de sua malha. Em julho de 2001 integrou a totalidade dos ativos e atividades da
Seja o primeiro a comentar