Maglev poderá circular na UFRJ

A Ilha do Fundão poderá ganhar o primeiro trem de levitação magnética desenvolvido no Brasil. O projeto inicial, que requer R$ 4,1 milhões para ser implantado, foi apresentado recentemente à diretoria do BNDES pelo professor da COPPE, Richard Stephan, coordenador do estudo. O veículo que dispensa a utilização de trilhos e rodas foi projetado pela equipe do Laboratório de Aplicações de Supercondutores (LASUP) da COPPE e da Escola de Engenharia da UFRJ para percorrer um trecho de 114 metros durante a fase de teste e transportar até seis pessoas por módulo. A meta, até 2010, é ampliar para 3 km o trajeto na Cidade Universitária e aumentar a capacidade de transporte para 254 passageiros, por viagem, do Hospital Clementino Fraga Filho ao prédio da Reitoria, a uma velocidade de 70 km/h, similar a do metrô que circula no Rio de Janeiro.


O trem, batizado de Maglev-Cobra, será composto por módulos de 1 metro de comprimento. Segundo o professor Richard, a composição em módulos facilitará a adequação do tamanho do veículo à demanda, podendo se locomover em curvas de até 30 metros de raio. A proposta é substituir parte da frota de ônibus que circula no campus da cidade universitária, com a vantagem de ser mais rápido e não poluente. “Esta será uma oportunidade para mostrar as pessoas que o veículo é seguro, eficiente e pode vir a ser uma boa alternativa para centros urbanos”, ressalta o professor.


O baixo custo do veículo, incluindo a implantação do sistema, é a principal vantagem sobre outros meios de transporte similares. Enquanto a construção de um metrô subterrâneo no Rio de Janeiro tem o custo de R$ 100 milhões por km, os pesquisadores calculam que o sistema de levitação poderá ser implantado por cerca de R$ 33 milhões, ou seja, um terço deste valor. Além do baixo custo, o projeto elaborado na COPPE possui um sistema de articulação que, pelo fato de não ter portas separando os vagões, como no trem tradicional, permite o livre trânsito de passageiros do início ao fim do veículo, facilitando a distribuição interna de passageiros. Outra vantagem do MAGLEV é que as articulações entre os módulos o tornam mais flexível, facilitando sua performance nas curvas. O professor Richard explica que os trens com rodas e trilhos que operam em alta velocidade como o trem-bala, que chega a fazer 350 km/h, não conseguem trafegar em rampas com inclinação superior a 4%, pois dependem do atrito entre as rodas e os trilhos para sua locomoção. Já o Maglev, que utiliza motor linear, pode operar com inclinações de até 15%, limitada apenas pelo conforto dos passageiros.


Comparado a outros veículos, o trem elaborado pelos pesquisadores é mais econômico em termos de energia. “Só este item já seria suficiente para viabilizar a construção das modernas linhas para circulação do Maglev-Cobra”, afirma o pesquisador do Laboratório de Estudos e Simulações de Sistemas Metroferroviários (LESFER), do Programa de Engenharia de Transportes da COPPE, Eduardo Gonçalves David, um dos integrantes da equipe do projeto. Segundo Eduardo, o consumo de
energia elétrica estimado para o Maglev-Cobra será de 25 kJ/pkm (quilo-joules por passageiro-quilometro – unidade que mede a quantidade de energia gasta para transportar cada passageiro a cada quilômetro). Para se ter uma idéia, o consumo de um ônibus comum é de 400 kJ e o de um avião é de 1200 kJ. Com isso, em uma viagem de avião entre Rio de Janeiro e São Paulo, a produção de dióxido de carbono (CO2) média para cada passageiro é de 98 kg. “Se a viagem de trem gerasse crédito de carbono haveria uma razoável fonte de financiamento para o setor, uma vez que o Maglev, no mesmo trajeto, produziria apenas 2,6 kg de CO2”, diz o pesquisador.


“O trem de levitação é sem dúvida um dos veículos mais eficientes em termos de energia. Na nossa proposta, a refrigeração para os passageiros do trem é concentrada basicamente no ponto de embarque e no interior do veículo. O oposto do que acontece nos metrôs de São

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Fonte: Planeta Coppe (UFRJ)

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