O governo determinou a Valec que estude a extensão da Ferrovia Norte – Sul (FNS) à Santa Fé, SP, ou proximidades. Se a extensão de uns 585km for construída permitirá que trens de bitola larga da FNS tenham acesso de qualquer ponto da linha ao porto de Santos, sem baldeação. Até agora o projeto previa uma quebra de bitola em algum lugar ao norte de Goiânia, com a extensão a região terá mais opções de escoamento da produção. Gostaríamos, no entanto, de propor que quando fizerem esse estudo considerem como alternativa a extensão de Senador Canedo (perto de Goiânia, proposto terminal sul da FNS) a São José do Rio Preto o que reduziria a distância até Santos. Quanto a Rio Verde que se pretende servir, seria atingido por um ramal. E a pressão exercida pelo Estado de Mato Grosso para a extensão da ex Ferronorte até Cuiabá parece que está dando resultados, o governo federal já admite construir essa extensão. O que reforça a tese da necessidade de mais “lobbying” por parte das ferrovias.
As grandes ferrovias canadenses assinaram com o governo daquele país o compromisso de a partir de 2010 só comprar locomotivas novas que estejam dentro dos padrões antipoluição da EPA americana. A primeira vista bom para o Brasil que poderá comprar locomotivas usadas com uns 20 anos de uso no Canadá. Mas só a primeira vista. As ferrovias regionais e as “short lines”, ou seja, as ferrovias menores, não assinaram tal documento. Alem disso uma fabricante acaba de lançar um pacote de reforma geral com “upgrade” para uma SD40 fabricada pela EMD, o pacote promete que a locomotiva reformada obedecerá às exigências de combate à poluição vigente a partir de 2010 da EPA. Um pacote para fazer o mesmo com as C30-7 da GE já existe. Como você sabe esses modelos estão entre os mais desejados pelas nossas ferrovias na sua modernização e expansão.
A Alstom obteve um contrato para fornecer mais 360 carrocerias de carros para o Metro de Nova York. As carrocerias serão fabricadas na fábrica da Alstom em S. Paulo, o resto será fabricado nos EUA devido ao “Buy America Act” que obriga a que 51% do produto importado seja fabricado nos EUA protegendo o trabalhador dos EUA. Se temos tecnologia que permite fornecermos para o metrô de Nova York porque então não temos uma versão nossa do “Buy America Act” obrigando a que 51% de todo produto importado seja fabricado aqui protegendo nossos trabalhadores, inclusive produtos como trens de subúrbios e metrôs, roupas, tecidos, sapatos, calçados, automóveis, brinquedos, plataformas de petróleo, etc, etc?
POD NOS TRILHOS
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- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
No interior do Ceará vem um exemplo para o Brasil. Lá o primeiro VLT (veículo leve sobre trilhos) do país está sendo construído entre Crato e Juazeiro do Norte com data de inauguração prevista para julho do próximo ano e tecnologia nacional. E o segundo VLT do país também poderá ser no Nordeste, desta vez em Recife. Recife tem grandes planos: primeiro adaptar uma linha férrea entre Cajueiro Seco e Cabo para operar trens de carga e VLT’s, depois adaptar o ramal para Suape a VLT’s mantendo os trens de carga, e depois uma linha inteiramente nova de VLT entre Joana Bezerra (no Metrô) e o início da PE-22.
Temos duas notícias boas e outra ruim em São Paulo. Uma boa é que o chamado Expresso Aeroporto, trem de alta performance (velocidade média em torno dos 90km/h) ligando o centro da capital paulista com o Aeroporto de Cumbica em Guarulhos será construído. Em boa parte do trecho será operado também um serviço de trens de subúrbios. A grande vantagem do planejado Expresso Aeroporto é que o aeroporto de Cumbica ficará a uns 20 minutos do centro de São Paulo acabando com a eterna reclamação dos passageiros de que “é muito longe” o que acabou provocando a exagerada concentração de vôos em Congonhas que terminou em julho no maior desastre na aviação brasileira com 199 mortos. A outra boa notícia é que o total de carros novos a serem comprados pelo Metrô mais a CPTM (trens de subúrbios) soma 650 carros, dos quais 144
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