O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que gostaria de ver um trem-bala ligando São Paulo ao Rio de Janeiro, após ter viajado em um modelo de alta velocidade neste sábado, entre Madri e Toledo (ao sul da capital espanhola), para se encontrar com o primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Rodriguez Zapatero.
Fiquei impressionado. Viajei na cabine e o trem chegou a 250 km por hora. É uma coisa que a gente pode fazer no Brasil, afirmou.
Lula disse que a construção da ferrovia poderia ser feita através de parcerias, investimentos nacionais e estrangeiros, ou diretamente pela iniciativa privada.
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Segundo ele, o Brasil está conversando com empresários espanhóis, italianos, franceses e sul-coreanos sobre o assunto.
Se o projeto funcionar, o governo pretende ampliar a malha ferroviária de alta tecnologia (que terá que ser iniciada do zero, segundo Lula, já que o trajeto atual não serve) para incluir ramais a outras capitais, como Belo Horizonte e Curitiba.
A viagem para Toledo, que acabou em um almoço com Zapatero e as duas primeiras-damas, Marisa Letícia e Sonsoles Zapatero, serviu também para que Lula ratificasse a tranqüilidade do Brasil diante da crise econômica dos mercados internacionais.
Falei com Zapatero, com o presidente do FMI, com o do Banco Santander, com o (presidente do Banco Central Henrique) Meirelles, com o (ministro da Fazenda) Guido (Mantega). Não vejo possibilidades concretas de esta crise chegar ao Brasil, afirmou. A economia brasileira está sólida. Vamos cuidar disso, mas eu acho que não resvala no Brasil.
Lula acusou os Estados Unidos de passar incertezas para outros mercados, especialmente os emergentes. Mas insistiu em que o Brasil já deixou de ser arrastado pelas crises internacionais.
Os números estão indicando que a força da economia brasileira está sustentada pelo mercado interno. Hoje não dependemos dos Estados Unidos, que representam 18% das nossas exportações. Os Estados Unidos que cuidem de seus bancos. Vamos torcer para que os responsáveis pela crise, resolvam.
Apesar do otimismo, o presidente admitiu que o governo está alerta, embora acredite que, se a crise se agravar, o pior cenário para o Brasil é que o PIB poderia diminuir em 0,1% eu 0,3%.
Lula acredita que o Brasil está perto de sair do chamado grupo de países em desenvolvimento. O Brasil encontrou o seu caminho. Na história crescemos e caímos muito rápido, mas se mantivermos o caminho certo e a inflação controlada, tarefa que vamos cumprir com qualquer sacrifício, vamos passar ao rol dos países desenvolvidos.
Em relação aos dados macroeconômicos do Brasil e aos informes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que indicou o aumento de 7,2% no rendimento médio real do ano passado, Lula disse que o resultado é ótimo e vai melhorar mais. Isso é uma corrente, afirmou.
O presidente comentou que vai anunciar em breve o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Saúde, para proporcionar oftalmologia e dentista a todas as crianças do Brasil. Quero ver todo mundo rindo com todos os dentes na boca, disse.
Segundo ele, as políticas sociais do governo o deixam contente. Sou o mais satisfeito e o mais insatisfeito de todos os brasileiros. Satisfeito pelo que consegui fazer e insatisfeito porque não consigo fazer mais.
Lula ressaltou que não se importa com as críticas da oposição. Quando a gente faz políticas para os mais pobres, só falam: ´tá gastando, tá gastando´. Mas eu estou feliz com todos os números que estamos conseguindo.
Em relação à promoção dos biocombustíveis que está fazendo nesta viagem à Europa, e que continuará dentro 15 dias nos Estados Unidos, Lula disse que o Brasil está oferecendo ao mundo uma tecnologia nova. O mundo vai se curvar ao biocombustível.
O Brasil, a América Latina e a África são, segundo o presidente, regiões privilegiadas pela quantidade de recursos para produzir energia renov
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