O governo do Estado e a Prefeitura firmaram acordo para a construção de dez estacionamentos gratuitos ao lado de estações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os bolsões funcionarão como pilotos para estimular os motoristas a deixarem os carros e utilizarem o sistema coletivo de transporte. Depois, essas áreas serão repassadas à iniciativa privada. A parceria foi acertada esta semana entre o governador José Serra e o prefeito Gilberto Kassab.
Agora, começou o levantamento de terrenos municipais e estaduais próximos às paradas de trem e metrô. “A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) inicia estudo sobre esses locais e as ruas próximas. O objetivo é tirar as Zonas Azuis e a permissão para parar, o que vai facilitar o fluxo de tráfego onde haverá esses estacionamentos”, explicou o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella.
O projeto de estacionamento livre deverá ser implementado até o fim de 2008, segundo Portella. Os técnicos que participam do projeto já sabem que o Município é proprietário da maioria dos terrenos que podem ser aproveitados para esse convênio. A prioridade é criar os bolsões ao lado de estações com grande movimento. O estudo recai sobre as Estações Barra Funda, Luz, Tatuapé, Paraíso, Consolação e Vila Madalena do Metrô. Esta última por ser início de linha.
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Serão dados benefícios aos empresários do ramo, como tributo zero. “Queremos incentivar a iniciativa privada a investir em estacionamentos. Poderá ser dada isenção. Isso já foi acertado com o governador e o prefeito”, disse Portella.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Estacionamento e Garagens do Estado de São Paulo (Sindepark), funcionam hoje aproximadamente 9 mil estacionamentos na cidade de São Paulo, com 630 mil vagas que atendem em média a 60 milhões de veículos por mês.
Para o coordenador do movimento Nossa São Paulo, Oded Grajew, não se pode mais privilegiar o transporte individual em cidades como São Paulo e a construção de mais estacionamentos não favorece o transporte de massa. Segundo Grajew, 40% da área central das grandes cidades brasileiras é ocupada pela malha viária. Os automóveis particulares, apesar de transportarem 20% dos passageiros, ocupam 60% das vias públicas. Os ônibus, que transportam 70% dos passageiros, ocupam 25% do espaço.
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