O Rio de Janeiro tem vários projetos para melhorar o sistema de transportes, mas eles não saem do papel. Os cariocas acabam dependendo de soluções de emergência, quando acontece uma situação inesperada, como o fechamento do Túnel Rebouças . A frota de ônibus na cidade não foi reforçada. O Sindicato das Empresas de Ônibus explicou que houve queda no número de passageiros. Muitos teriam optado por outros meios de transporte, por medo dos engarrafamentos.
– Estou pegando muito trânsito na orla. Um trajeto de uma hora e meia está durando duas horas e meia. Está bem complicado – disse a produtora Tatiana Costa.
Nos trens da Supervia, o número de passageiros aumentou 10%. São quase 500 mil por dia desde o fechamento do Túnel Rebouças. A empresa opera com um número maior de trens.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
O metrô, que transporta 505 mil pessoas diariamente, teve procura 20% maior. Os intervalos entre as viagens foram reduzidos. Até pegar o metrô tudo bem. O esquema tem funcionado para a maioria dos passageiros. O problema começa depois, na hora de pegar a integração com o ônibus, o chamado metrô de superfície. É quase impossível evitar as filas e o tempo de espera.
Para que o fechamento de um único túnel não cause tanto transtorno, especialistas já apresentaram várias propostas. Uma delas é a criação de um corredor exclusivo para ônibus, entre a Barra da Tijuca e o subúrbio, com paradas em estações de trem e metrô. A construção da Ligação C, ou Linha Azul, que seria um túnel entre Bangu e Curicica, além de uma via expressa que iria até o Autódromo de Jacarepaguá.
O metrô tem outras quatro linhas planejadas. O governo do estado tem uma alternativa: a construção de um veículo leve sobre trilhos, na linha férrea que liga Niterói a São Gonçalo. Mas os recursos ainda são negociados com o governo federal.
– Os planos estão aí. As prioridades estão lançadas. Falta executá-los – afirmou o engenheiro Paulo Cezar Ribeiro, da Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).
A prefeitura afirmou que vai lançar, em novembro, a licitação para o corredor dos ônibus, mas disse que não tem planos de construir a Linha Azul. Sobre a demora no metrô de superfície, a empresa informou que prevê a ampliação do sistema nos próximos dias.
Seja o primeiro a comentar