A CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) continua investindo em responsabilidade ambiental. Como parte do projeto Ferrovia Verde, ela está testando a utilização de dormentes de materiais alternativos como plástico e borracha nas estradas de ferro EFC (Carajás) e EFVM (Vitória a Minas) em substituição aos tradicionais de madeira, além de utilizar biodiesel em sua frota.
Reciclagem – Os dormentes alternativos que estão sendo testados pela Vale desde meados de 2004 são feitos de polietileno de alta densidade, fibra de vidro e pneu usado. Segundo a companhia, são materiais que iriam para o lixo e agora são reaproveitados como embalagens de plástico de álcool, shampoo e produtos de limpeza.
A Vale já instalou 600 dormentes de plástico e 600 de borracha na Estrada de Ferro Carajás e mais 500 de plástico EFVM. Atualmente, estão em estudo outras matérias-primas para a fabricação de dormentes como material sintético, pneus reciclados e até mistura de bagaço de cana e plástico.
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A companhia também utiliza dormentes de aço em larga escala nas duas ferrovias, prática já comum na Europa, tendo sido já aplicadas cerca de 140 mil unidades em Carajás e aproximadamente 2 milhões na Vitória a Minas. De acordo com a Vale, somente com o uso do aço no lugar da madeira mais de 500 mil árvores já deixaram de ser derrubadas.
O programa de implantação de dormentes de aço é progressivo e prevê a substituição de cerca de 400 mil unidades ao ano nas duas ferrovias, o que equivale à preservação de 100 mil árvores/ano. Para a companhia, além de reduzir o impacto ambiental da utilização da madeira, o aço também contribui para a segurança operacional dos sistemas por apresentar melhor performance. Além disso, segundo ela, têm vida útil duas vezes superior aos de madeira e reduzem em até 20% a manutenção da malha ferroviária – diminuindo o número de intervenções na ferrovia.
A Vale também utiliza dormentes de eucalipto na FCA (Ferrovia Centro-Atlântica) já há três anos. Lá, foram instaladas 2 milhões de unidades na ferrovia – equivalentes à preservação de 500 mil árvores, com a substituição de madeira nativa pelo eucalipto reflorestável. Por fim, a companhia revela que está desenvolvendo atualmente um projeto para utilização de dormentes de concreto nas duas ferrovias.
Biodiesel – A utilização do material alternativo na via permanente da Vale é uma das iniciativas do Ferrovia Verde, projeto da companhia que inclui ainda o uso de biodiesel B20 (20% de biodiesel misturado a 80% de diesel comum). Fornecido pela BR (Petrobrás Distribuidora), o biocombustível vem sendo utilizado pelas duas ferrovias desde maio último.
Até o final deste ano, o acordo da Vale com a BR prevê o fornecimento da mistura a 33 milhões de litros/mês na EFC e na EFVM. Segundo a companhia, este volume equivale a 67% do combustível gasto por mês em todas as suas ferrovias – incluindo a FCA.
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