O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi convidado pelo presidente da Vale, Roger Agnelli, para a inauguração de Vargem Grande, a 10ª pelotizadora da companhia, com capacidade de produção de 7 milhões de toneladas anuais, localizada próxima ao município de Nova Lima, em Minas Gerais. O investimento total é de R$ 2,3 bilhões.
Apesar das queixas que tem feito da Vale, o presidente Lula deverá cortar a fita de Vargem Grande. A cerimônia deve contar ainda com a presença do governador mineiro Aécio Neves. A expectativa de fontes do setor de mineração é que Agnelli e Lula fumem o cachimbo da Paz em Nova Lima no tocante a questão dos investimentos da companhia.
A entrada em operação da unidade de Vargem Grande acontece num momento de recuperação do mercado de minério e pelotas, com a Europa e o Japão voltando ao mercado. No primeiro semestre a Vale produziu e vendeu 7,5 milhões de toneladas do produto, ante 23,7 milhões de toneladas no mesmo período de 2008. Das suas 10 unidades, incluindo Vargem Grande, que estava em processo de rump-up, apenas três delas – Tubarão I e II e Nibrasco, todas em Tubarão (ES) – estavam em atividade.
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Das sete usinas de pelotas da Vale e seus sócios japoneses localizadas em Tubarão (ES), seis já voltaram a operar. Estão paradas a pelotizadora de São Luís, no Maranhão, e a Kobrasco (ES). A Vale tem uma capacidade de produção de 65 milhões de toneladas de pelotas anuais, que com as 7 milhões de toneladas da nova unidade totalizam 72 milhões de toneladas.
Os sinais de retomada de produção que a companhia vem emitindo, inclusive anunciando reabertura de minas como a de Água Limpa, em Minas Gerais, ainda não chegaram aos trabalhadores, conforme apurou o Valor. Paulo Soares, presidente do sindicato Metal Base de Itabira, disse que a Vale não nos devolveu ainda os empregos que nos foram tirados no auge da crise. Segundo ele, Itabira teve 3,5 mil demitidos da Vale, sendo a maioria de terceirizados, que ainda não voltaram a trabalhar. Os 1,3 mil demitidos reconhecidos oficialmente pela empresa também permanecem fora da companhia.
Soares disse que os trabalhadores estão acompanhando as pressões que Lula vem fazendo sobre a Vale para ela investir em siderurgia e dar emprego. Segundo ele, é óbvio para quem quiser ver que a companhia, segunda maior mineradora do mundo, tem crédito externo e interno e muito dinheiro em caixa e não precisa demitir empregado. O sindicalista anunciou que os mineiros da Vale estão se preparando para negociar um acordo coletivo com a empresa. Já encaminhamos uma pauta de reivindicações para abrir negociação com a direção da companhia a partir do dia 20. Entramos em data-base em novembro e vamos defender nossos direitos. A crise não é mais desculpa para demissão.
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