Mesmo com a economia global se recuperando de uma fase difícil, causada pela recessão financeira, o setor ferroviário brasileiro almeja bons resultados nos próximos anos. Já em 2010, a estimativa é que a produção de carros de passageiros cresça 10%, passando de 460 equipamentos, produzidos em 2009, para 500 carros.
Vicente Abate, Presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), acredita que esta década será altamente promissora para o setor devido aos inúmeros projetos em execução em todo o território nacional, realizados principalmente devido à realização da Copa 2014 e as Olimpíadas 2016 no País.
Recentemente, o governo federal anunciou a realização do PAC da Mobilidade. O projeto, que deve destinar R$ 9 bilhões para melhorar o transporte nas cidades-sedes do campeonato de futebol, prevê que 30% dos recursos serão aplicados na locomoção sobre trilhos.
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No entanto, o executivo afirma que não são apenas os eventos esportivos que impulsionarão este mercado. Segundo ele, o TAV (Trem de Alta Velocidade) deve ganhar destaque entre as iniciativas. “Estamos pleiteando com o governo federal que 60% dos equipamentos do trem-bala sejam produzidos no Brasil”, argumenta.
Abate explica que a medida não quer “barrar” a importação deste tipo de equipamento. “Quando os carros de passageiros são produzidos no País, todos ganham. Empregos são gerados e a economia se movimenta, pois não é só na indústria ferroviária que os benefícios são notados. Em toda a cadeia produtiva a ação se reflete”, pondera.
E prossegue: “as empresas situadas aqui além de gerar renda, realizam serviços de pós-venda e assistência técnica, por exemplo. O trabalho não acaba quando os produtos são entregues. Quando acontece a importação não se tem esta vantagem”.
Porém, o executivo ressalta que para que este setor continue crescendo, é preciso que algumas questões sejam revistas. “Em algumas ocasiões, não conseguimos ganhar a concorrência. No Rio de Janeiro, por exemplo, os chineses conquistaram o contrato, pois devido a alguns benefícios, como a isenção de impostos de importação, ficou mais vantajoso para o Estado trazer os carros de passageiros prontos”, ressalta.
Segundo ele, o ideal seria que as empresas localizadas no País obtivessem benefícios similares a esse. “Há alguns casos em que a indústria brasileira possui prioridade, no entanto, seria interessante que isso acontecesse em todo território nacional”, conclui.
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