Especialistas estimam que o valor mais baixo para o enterramento de 12 quilômetros da linha férrea da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), entre as Estações Lapa e Brás, chega a R$ 960 milhões. Dependendo do método e modo de construção, os custos quintuplicam: R$ 4,8 bilhões.
O valor estimado somente para as obras de enterramento, segundo propõe projeto do prefeito Gilberto Kassab (DEM), é similar ao arrecadado na mais bem-sucedida operação urbana de São Paulo, feita na região da Avenida Faria Lima, zona sul – R$ 1,04 bilhão (R$ 770 milhões investidos).
O projeto de Kassab prevê ainda a construção de avenida com 12 quilômetros entre Lapa e Brás, sem custo estimado, e a demolição do Minhocão, que custaria mais R$ 80 milhões. O enterramento dos trilhos do trem e a construção de linha férrea subterrânea poderá afetar a Linha 3-Vermelha do Metrô, o que acarretará despesas não calculadas. Está prevista a demolição do Terminal Rodoviário da Barra Funda e a construção de uma rodoviária na Lapa.
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Carga. Para José Geraldo Baião, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo (Aeamesp), se o terminal da Barra Funda for retirado, a remodelação na Linha 3-Vermelha será inevitável e será preciso retirar a passagem do transporte de carga dos ramais da CPTM. “Se a carga for mantida, o túnel terá de ser maior. De qualquer modo será preciso fazer a troca dos trilhos”, explica Baião. O prazo previsto pelo engenheiro para a conclusão do projeto de transportes e viário da operação é de 20 a 30 anos.
Mais custos. Há ainda outros problemas estruturais no caminho dos planos de Kassab. Ao longo dos 17 milhões de metros quadrados da Operação Urbana Lapa-Brás, a nova avenida passará por áreas afetadas há décadas por enchentes. Está prevista a descanalização de seis córregos e até intervenções em estruturas consolidadas, como os centros de treinamento do Palmeiras e do São Paulo e na área do Playcenter. Não está confirmada a retirada desses empreendimentos. Há ao menos 3 mil famílias a serem removidas e um número ainda não calculado de desapropriações.
Soluções e custos, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, estão atrelados a propostas a serem apresentadas pela iniciativa privada em concorrência pública. O projeto final deve chegar à Câmara Municipal até setembro de 2011.
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