“A partir de agora já podemos elaborar com segurança o Plano de Recuperação da Ferroeste”. A afirmação é do presidente da ferrovia, Neuroci Antonio Frizzo, depois de analisar o Relatório Técnico-Operacional, elaborado pela Diretoria de Produção.
Os técnicos da companhia avaliaram as condições operacionais do trecho ferroviário entre Cascavel e Guarapuava, incluindo pátios, desvios, locomotivas, vagões e demais equipamentos da frota.
O levantamento das condições da Ferroeste foi uma solicitação do secretário dos Transportes, Mário Stamm Júnior, e ajudará a nova diretoria a nortear as ações de recuperação da ferrovia, com manutenção adequada das linhas e o necessário equilíbrio econômico-financeiro da companhia.
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O relatório, segundo Frizzo, permite avaliar com segurança as condições de tráfego, os estoques e a eventual necessidade de contratar serviços de engenharia para otimização do transporte de cargas pela via. O detalhamento do relatório, ilustrado com tabelas e fotografias, fornece elementos seguros para as ações a serem implementadas pela nova diretoria.
“Só com total segurança em nossas linhas”, disse Frizzo, “e também na tração (locomotivas) e material rodante (vagões) poderemos buscar novos contratos de transporte, visando melhor atender os produtores do Oeste paranaense e regiões vizinhas”.
As necessidades de escoamento da safra na região são muitas, segundo o presidente da Ferroeste, mas o relatório ajudará na formatação de uma estratégia agressiva de recuperação empresarial, sem o que a ferrovia continuará com sérias deficiências técnico-operacionais.
Entre os principais pontos do relatório elaborado pelos técnicos, destacam-se a inexistência de um plano de manutenção ou emergencial para a via permanente; o procedimento de lubrificação de trilhos não vinha sendo realizado; faltam equipamentos básicos de manutenção das linhas; os Aparelhos de Mudança de Via (AMVs) tem treze anos de uso, sendo que a sua vida útil é de seis anos.
O relatório ainda detectou que o nivelamento da via só foi feito na construção da estrada de ferro e que a falta de recursos informatizados de controle dos equipamentos aumentam os custos de manutenção. Além disso, o estoque de trilhos foi reduzido, os fretes estão defasados, o tráfego de vagões vazios é grande e os motores das locomotivas precisam constantemente de reparos.
Em relação à estratégia de médio e longo prazo, o relatório destaca a necessidade da extensão do trecho até Guaíra e Maracaju (MS), a necessidade de modernização do trecho Desvio Ribas-Guarapuava e a construção de um novo ramal até o Porto de Paranaguá (Guarapuava-Curitiba-Paranaguá).
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