O Brasil tem pela frente o grande desfio de investir cerca de R$ 420 bilhões em infraestrutura de transportes até 2035, para que o país possa superar todos os problemas e demandas de crescimento no setor. A informação foi dada nesta quinta-feira (2) pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que participou de audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI).
O debate foi realizado a pedido do presidente da Comissão, senador Fernando Collor (PTB-AL), para discutir preparativos e previsões para melhoria da malha rodoviária e ferroviária de transporte, em função dos grandes eventos que serão realizados no Brasil: Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente (Rio + 20), em 2012; Copa do Mundo de Futebol, em 2014; e Jogos Olímpicos, em 2016.
O ministro, elogiado pelos senadores da comissão pelo trabalho que vem desenvolvendo, apresentou informações sobre os diversos investimentos que vêm sendo feitos no Brasil nas áreas rodoviária, ferroviária e hidroviária, ao longo dos últimos oito anos.
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Paulo Sérgio Passos disse que não foi fácil iniciar o trabalho de recuperação do setor, que, segundo ele, sofria há duas décadas sem um plano específico para investimentos em transportes. O governo deve fechar 2010 com R$ 16 bilhões gastos na área, afirmou ele, lembrando ainda que, na década de 1990, o Brasil investia cerca de R$ 1,5 bilhão ao ano em rodovias.
– Isso está sendo possível com muito esforço, muito trabalho e superação de muitos problemas. Hoje, o que podemos dizer é que a manutenção e a conservação das rodovias brasileiras alcançaram uma melhoria qualitativa notável – afirmou o ministro, ao observar ainda que mais de 80% das rodovias brasileiras, atualmente, podem ser consideradas em estado regular, bom ou ótimo.
Segundo Passos, o Ministério dos Transportes estará desenvolvendo, nos próximos cinco anos, projetos de obras em 32 mil dos 60 mil quilômetros de estradas brasileiras. São melhorias na área de duplicação, pavimentação, acesso a vários portos e também no âmbito ferroviário.
Ferrovias
Para o ministro, não é mais possível que o Brasil dependa quase que totalmente da malha rodoviária para o transporte de cargas, com uma situação geográfica tão favorável ao desenvolvimento do setor ferroviário. Por isso, o Ministério dos Transportes está desenvolvendo também projetos para a recuperação e construção de grandes ferrovias nacionais, entre as quais a Transnordestina e a Norte-Sul, além das linhas para integração do Centro-Oeste aos principais portos brasileiros.
– Precisamos caminhar e avançar sob o ponto de vista econômico, energético e dentro das condições ambientalmente sustentáveis e mais adequadas – enfatizou o ministro.
Eventos
No debate, o ministro ressaltou que os estrangeiros que virão ao Brasil por ocasião dos grandes eventos internacionais – como a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016 – devem aproveitar para visitar as diversas opções de destinos turísticos oferecidos no país. Por esse motivo, frisou, várias das obras agendadas estão em roteiros a partir das cidades sedes desses eventos.
Questionado por senadores, o ministro também esclareceu que, para o setor hidroviário, está sendo elaborado um plano estratégico, com investimentos para a construção de corredores hidroviários e terminais, visando, principalmente, o transporte de cargas.
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