A prestação de serviços para a Petrobras é hoje uma das principais fontes de receita do grupo carioca MPE, que tem atividades nas áreas de engenharia, montagem e agronegócios. A tendência é de que o petróleo continue a ser uma área importante na carteira de projetos, mas o grupo aposta na diversificação via crescimento dos negócios em transportes e aeroportos. O MPE estuda participar do leilão de concessão do aeroporto internacional de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, no dia 19 de julho, disse Renato Abreu, presidente do grupo.
O MPE analisa parcerias para disputar a licitação, disse o executivo, sem citar nomes dos potenciais sócios. Ele afirmou que o grupo tem longa experiência em prestação de serviços em aeroportos, incluindo atividades como construção, manutenção e operação. O grupo opera o aeroporto de Valença, na Bahia, e Abreu avalia que muitas oportunidades na área de aeroportos vão surgir impulsionados pela Copa e a Olimpíada.
Em 2011, segundo o executivo, o grupo poderá faturar R$ 1,5 bilhão, 20% a mais do que o R$ 1,25 bilhão do ano passado. Os números incluem a participação de 51% que o grupo tem na EBSE, fabricante carioca de tubos de aço. Os outros 49% da empresa pertenciam ao Banco do Estado do Rio de Janeiro (Berj), arrematado na sexta pelo Bradesco. Excluindo a EBSE, a área de engenharia do grupo, que reúne MPE Montagens, Empresa Brasileira de Engenharia (EBE) e Gemon, registrou, em 2010, receita líquida consolidada de R$ 935 milhões, 15% acima dos R$ 809,6 milhões de 2009. O lucro consolidado da engenharia do MPE, em 2010, foi de R$ 42 milhões.
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Abreu disse que a EBE vai aumentar o faturamento este ano pois tem em carteira mais de R$ 600 milhões em contratos. A empresa ganhou muitas obras da Petrobras, disse o empresário. Ontem, consórcio formado por EBE e Alusa assinou contrato de R$ 397,5 milhões com a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), projeto da Petrobras em Pernambuco. O contrato envolve a construção da unidade de abatimento de emissões de gases (SNOX) da refinaria. Moacir Gitirana, gerente do contrato na EBE, disse que o consórcio será responsável pela construção civil da unidade e pelo fornecimento de parte dos equipamentos, além da montagem eletromecânica, comissionamento e operação assistida.
Renato Abreu, o presidente do MPE, afirmou que a EBE tem contratos para construção de dez módulos para duas plataformas da Petrobras (P-58 e P-62) no valor de cerca de R$ 200 milhões e outro contrato de valor semelhante para obras na Refinaria do Planalto Paulista (Replan), em Paulínia. A construção dos módulos das plataformas será feita em parceria com a Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), em Itaguaí (RJ). Abreu disse que a EBSE, a empresa controlada pelo grupo que agora tem o Bradesco como sócio, está fazendo outros quatro módulos para a SBM também na Nuclep.
Na área de transportes, o MPE participa, em consórcio, de licitação aberta pela Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô para implantar um monotrilho, disse Adagir Abreu, diretor-superintendente da MPE. O grupo acredita que outras capitais do país também poderão desenvolver esse tipo de transporte urbano. Se o consórcio do qual o MPE participa ganhar a licitação do monotrilho em São Paulo, a carteira do grupo na área de transportes poderá alcançar cerca de R$ 550 milhões, disse Adagir Abreu.
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