Há duas décadas se fala na implantação da Ferrovia do Frango, ligando Chapecó a Itajaí, de importância vital para a economia catarinense. Pois agora, finalmente, a Comissão Permanente de Cadastro e Licitação do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – está analisando a documentação das 27 empresas que estão concorrendo aos cinco lotes para elaborar o projeto básico de engenharia do que, oficialmente, está sendo chamado de Corredor Ferroviário de Santa Catarina. Os vencedores terão prazo de 360 dias para a elaboração do projeto com o traçado da ferrovia.
No Plano Nacional de Viação, a EF-487 é planejada para fazer a ligação entre Itajaí e Chapecó, com extensão estimada entre 580 e 670 quilômetros . Mais do que transportar somente frango, trata-se de um corredor fundamental para facilitar o escoamento da produção agropecuária e industrial de municípios como Blumenau, Rio do Sul, Campos Novos, Joaçaba, Concórdia, Xanxerê e Chapecó até o Porto de Itajaí. Além de baixar os custos com transporte de produtos, sua utilização contribuirá para redução do fluxo de cargas em rodovias como a BR-470, BR-280, BR-282. O governo federal investirá cerca de R$ 31 milhões na elaboração do projeto.
A malha ferroviária brasileira, voltada para o serviço público de transporte de carga, tem 28,5 mil quilômetros de extensão e participa com cerca de 20% na distribuição da matriz de transporte do Brasil. Sua operação é realizada por intermédio de concessões à iniciativa privada. Cabe ao DNIT o planejamento, estudo e construção de novas ferrovias, bem como realizar melhorias nas transposições ferroviárias nas capitais e grandes cidades brasileiras, visando aumentar a segurança e adequar a capacidade operacional.
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Investimento em ferrovias
A ANTF – Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários – estima um crescimento anual de cerca de 9% ao ano entre 2011 e 2020 em investimentos na movimentação de cargas e na criação de empregos nas ferrovias brasileiras. O diretor executivo da entidade, Rodrigo Vilaça, diz que “temos três ferrovias de classe mundial e de altíssima competência. Atualmente, nossas ferrovias transportam 20% de todas as cargas movimentadas no território nacional, que significa mais de 500 milhões de toneladas. Muitos confundem que a ferrovia brasileira não tem destaque em cargas conteinerizadas e de maior valor agregado. O Brasil é um país que necessita implantar uma nova cultura a respeito do sistema ferroviário”.
Em Santa Catarina a importância dos trilhos ferroviários em sua economia começou em 1884 – lá se vão 127 anos! – quando foi concluída a Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina. Com extensão de 164 quilômetros , foi originária de uma concessão obtida pelo Visconde de Barbacena com o objetivo de trazer o carvão mineral da então localidade de Minas, atual Lauro Muller, para o Porto de Imbituba.
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