Os metrôs e trens urbanos do país transportaram 2,26 bilhões de passageiros em 2010, 8,25% – ou 187 milhões de passageiros – a mais que o registrado no ano anterior. Os dados, do Anuário Metroferroviário, a ser divulgado nos próximos dias, foram adiantados pelo presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (Aeamesp), José Geraldo Baião.
O levantamento indica que cerca de 90% desses passageiros estão nas duas maiores metrópoles do país, São Paulo e Rio de Janeiro. No território nacional existem hoje em operação 17 sistemas de trens urbanos ou metrôs, com uma malha ferroviária total de 990 quilômetros.
“A demanda grande [pelo transporte ferroviário] requer alta e média capacidade de transporte, o que faz as cidades se estruturarem. E contribui para reduzir os níveis de poluição e de doenças respiratórias”, diz Baião.
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A movimentação no metrô e nos trens urbanos de São Paulo também apresentou forte elevação no período de 2000 a 2010: no metrô, a quantidade de passageiros cresceu de 2 milhões por dia para cerca de 4 milhões; nos trens, o aumento foi de 800 mil por dia para 2,5 milhões.
O aumento das linhas e estações no país, no entanto, não é sinônimo de maior conforto para os passageiros. O metrô e os trens urbanos de São Paulo, por exemplo, vêm batendo recordes de lotação. Em 12 de agosto, o metrô atingiu a marca de 4,1 milhões de passageiros transportados em um único dia, a maior quantidade já registrada. No último dia 6, foi a vez dos trens urbanos: 2,5 milhões de passageiros em um único dia.
“O setor ferroviário não vai solucionar sozinho o problema de transporte das grandes cidades. Nós precisamos nos aliar também aos planejadores urbanos. Se a lógica da cidade vai ser fazer moradia cada vez mais distante e deixar os setores econômicos que geram emprego no centro da cidade, nós vamos enxugar gelo”, ressalta o presidente do Metrô de São Paulo, Sergio Avalleda.
“Se eu continuar levando as pessoas para morar na Zona Leste, mas não levar para aquela região o desenvolvimento econômico, posso fazer mais uma linha, mais duas, mais três, que elas sempre estarão superlotadas”, destaca.
De acordo com Avalleda, além de ter de suprir a alta demanda de passageiros, os sistemas de transporte ferroviário estão com os investimentos “travados”. Não por falta de recursos, explicou, mas pela morosidade dos processos licitatórios e de licenciamentos.
“Você tem um regime de licenciamento cada vez mais rigoroso, mas os órgãos licenciadores não estão sendo equipados para atender ao rigor desse licenciamento. Não estou defendendo que não se tenha licença, mas é preciso agilizar esse processo”.
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