Vale quer ampliar volume nos trilhos

A Vale é uma empresa de proporções gigantescas e, em 2016, a companhia espera alcançar mais um número que justifique esta afirmação, o de transportar 260 milhões de toneladas de minério de ferro na EFC (Estrada de Ferro Carajás). Para que isso aconteça, a mineradora já está desenvolvendo projetos que façam com que a empresa movimente mais carga com ganho de produtividade.


O volume, a ser alcançado em 2016, representa mais que o dobro do transportado atualmente, que gira na casa de 90 a 100 milhões de toneladas. A estratégia escolhida pela Vale para realizar esta missão foi a de encomendar o desenvolvimento de um vagão GDU com capacidade de movimentação de 37,5 toneladas por eixo, um aumento de 20% na produtividade por vagão.


Os carros que percorrerão os quase 900 quilômetros da EFC passaram, assim, de uma capacidade de 126 toneladas por unidade para 150. O projeto foi reconhecido e premiado pela 9ª edição do Prêmio AmstedMaxion de Tecnologia Ferroviária.


A estratégia da empresa foi apresentada na semana passada durante o “Seminário Negócios nos Trilhos”, que aconteceu em São Paulo. De acordo com Guilherme Fabiano Mendonça, engenheiro pleno da empresa e responsável pelo projeto, há uma tendência de aumentar o volume transportado a estes patamares. Atualmente, apenas a Austrália possui ferrovias que recebem o volume em que a Vale pretende chegar nos próximos anos.


O engenheiro explica que, em 2008, a mineradora apresentou a proposta deste vagão GDU de 150 toneladas a quatro fornecedores, sendo três nacionais e um chinês. O pedido foi que, apesar do aumento de capacidade, os novos carros deveriam seguir a norma AAR e ser o mais próximo possível do GDT utilizado, hoje, pela companhia na EFC, esta requisição foi feita para que não haja necessidade de mudanças no sistema operacional.


Mendonça afirmou que, atualmente, dois mil vagões com capacidade de movimentar 150 toneladas, fornecidos pela AmstedMaxion, operam na ferrovia, de acordo com o engenheiro, a empresa quer elevar este número para dez mil. A companhia, inclusive, já testa protótipos de outros fabricantes.


O minério de ferro, que passa pela EFC, é transportado por composições de 330 ou 332 vagões, com velocidade de 70 quilômetros por hora com carga e 80 quilômetros por hora vazios. “Nós propusemos o desafio e estimulamos os fornecedores, eles aceitaram e desenvolveram o produto de acordo com as especificações definidas e o ganho é para todo o setor ferroviário brasileiro”, afirma Mendonça.

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Fonte: Webtranspo

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