Brasil urge por um modelo ferroviário

“Não consigo imaginar o desenvolvimento do Brasil sem a expansão do transporte sobre trilhos”, foi o que afirmou Pedro Uczai, deputado federal (SC) e presidente da comissão da frente parlamentar ferroviária, durante o painel: “Plano de Modernização e Expansão da Malha Ferroviária Brasileira” na InfraBrasil Expo Summit.


A afirmação do parlamentar não é nenhuma novidade, bem como o fato de Uczai ter lembrado que as ferrovias apresentam a mitigação de gastos e poluição em relação a outros modais, no entanto, o Brasil precisa de meios para avançar na questão do transporte sobre trilhos. Para isso, o político propõe, antes de qualquer coisa, que haja um modelo para malha ferroviária nacional.


“Precisamos ter um modelo e também os critérios para a expansão. Definir se a malha ferroviária seguirá um projeto nacional com a instalação de uma linha Norte-Sul, como espinha dorsal, ou será pensado de forma regional”, explicou o deputado.


Além de ressaltar a necessidade desta definição, o político acredita que um seminário para conhecer experiências internacionais, como a europeia, chinesa e americana, ajudaria o Brasil na escolha de um modelo. Uczai também lembrou que o País passou por experiências distintas, com ora a malha sendo estatal, ora privatizada e, mais recentemente, uma retomada dos investimentos públicos nela.


Nesta linha da expansão ferroviária brasileira, Antônio Modesto, diretor Jurídico e Relações Corporativas da FTC (Ferrovia Tereza Cristina), em Santa Catarina, afirmou que modal sobre trilhos necessitará de um investimento de R$ 151 bilhões nos próximos anos para o desenvolvimento e recuperação da malha.


No ano passado, a frente parlamentar ferroviária liderada por Uczai, conseguiu inserir emendas no PPA (Plano Plurianual) de 2012 a 2015, que garantissem recursos de R$ 40 bilhões ao modal. O político reforçou que, mais importante, do que garantir esta verba é usá-la de forma adequada, para que esta medida não seja em vão.


Atualmente, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) possui 21 projetos ferroviários em andamento, orçado em R$ 45 milhões, e 14 obras no setor, com investimento que giram na casa de R$ 724 milhões.


Nos últimos anos, segundo Mário Dirani, diretor de infraestrutura ferroviária do Departamento, as ações do Prosefer (Programa de Segurança Ferroviária), desenvolvido pela entidade, garantiram benefícios que geraram uma receita de R$19,24 bilhões ao setor.


O dirigente afirmou que com a iniciativa houve a diminuição do tempo de obstrução, do número de acidentes, do consumo de combustível, emissão de gases e custo de guarita, além disso, a ação promoveu valorização imobiliária em algumas regiões.


Outra questão também foi levantada por Modesto para os avanços ferroviários, segundo ele, o Brasil não pode seguir sem resolver alguns problemas antigos que existem no setor como as invasões na malha, as pendências dos ativos trabalhistas e decisões sobre passagens de nível. Para o executivo estas medidas cabem ao Congresso Nacional e ao Governo Federal.

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Fonte: Webtranspo

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