A presidente Dilma Rousseff decidiu cutucar com vara curta o espírito animal dos empresários, um a um, pessoalmente: mais que consultar altos executivos sobre obstáculos macroeconômicos ao investimento e medidas para superá-los, a presidente da República voltou a seus tempos de ministra e, com executivos responsáveis por grandes investimentos no país, tem descido a detalhes microeconômicos de projetos específicos. Chega a perguntar aos empresários o que falta para garantir que cada investimento saia do papel. Relatos sobre essas conversas são pouco detalhados, pelo temor de desagradar à mandatária. Mas mostram que Dilma, além de formular a política econômica, sentou-se à mesa de operações.
Incomodada com o frustrante desempenho da economia brasileira em 2012, quando as previsões de 4,5% tiveram de se ajustar à realidade de menos de 1%, Dilma, segundo um graduado interlocutor, convenceu-se de que não adianta esperar da indústria, apenas, o impulso para o crescimento em 2013. Sua prioridade passou a ser fazer funcionar as Parcerias Público-Privadas (PPPs) em infraestrutura, turbinadas a financiamento público, com apoio das grandes empresas.
As concessões em portos, aeroportos, ferrovias e rodovias, e os leilões para exploração do petróleo, devem fornecer, com apoio financeiro do BNDES, a alavanca para deslocar o crescimento econômico a um novo patamar, acreditam os auxiliares de Dilma. Não satisfeita, porém, com os argumentos em favor das expectativas mais otimistas da equipe econômica, ela reuniu-se com empresários como Eike Batista, Marcelo Odebrecht, Murilo Ferreira, Rubens Ometto, Rodolpho Tourinho e Luiz Carlos Trabuco, para discutir projetos específicos e saber como assegurar sua execução.
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