Parte das ações que estão sendo apresentadas para minimizar os problemas do excesso de caminhões em Santos deverá sair apenas depois que a maior parte da produção agrícola escoada pelo porto for embarcada. Algumas medidas anunciadas demandam ritos que costumam levar meses, como a desapropriação de áreas e licenciamento ambiental.
No momento, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) trabalha para tirar do papel um novo estacionamento, na margem direita, que deverá ficar em um terreno cedido há dez dias pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU). A área tem 226 mil metros quadrados e funcionará como o terceiro pátio regulador de carretas do porto. Mas o diretor de infraestrutura da Codesp, Paulino Moreira Vicente, já disse que, neste ano, só conseguirá operar com 33% da capacidade potencial, devido a travas ambientais.
Em Guarujá, ponto crítico nos últimos dias, o governo do Estado anunciou a construção de uma segunda via de acesso aos terminais. Mas, na melhor das hipóteses, ela será entregue em junho. A distribuição de carretas na zona portuária de Guarujá – onde estão hoje os maiores terminais do porto de Santos – é feita pela “Rua do Adubo”, um “funil” de 1,1 mil metros que tem recebido diariamente 4 mil caminhões. Ontem, o tráfego na rua foi interrompido para obras de recapeamento, o que gerou lentidão.
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A Ecovias, concessionária das estradas que ligam São Paulo à Baixada Santista, registrou quatro quilômetros de congestionamento na Cônego Domenico Rangoni, de acesso a Guarujá, entre os quilômetros 252 e 248. É bem menos que a média dos dias anteriores, quando as filas chegaram a quase 30 quilômetros. A queda refletiu operação “segregação de caminhões”, força-tarefa iniciada no domingo que separa as filas de caminhões por tipo de carga.
A diretora de trânsito e transporte de Guarujá, Quétlin Scalioni, afirmou que uma solução definitiva passa por um conjunto de obras, já anunciadas. Os governos estadual e municipal trabalham para conseguir uma área para fazer um estacionamento com capacidade para 500 vagas. “A curto prazo a principal medida é a abertura dessa nova via de acesso, possibilitando distribuir bem o fluxo. O pátio é secundário”.
O volume de soja e milho destinados ao porto de Santos nos dois primeiros meses do ano superou em 100% o total do mesmo período de 2012 e chegou a 1,5 milhão de toneladas, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Foram 600 mil toneladas a mais que no primeiro bimestre de 2012 – ou 15.400 carretas. Para a Anec, a situação pode piorar, já que a previsão é de alta de 30% das exportações de soja por Santos neste ano.
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