O projeto de recuperação e adequação do prédio da estação ferroviária de Bauru (SP), antiga Noroeste do Brasil, vai demorar um pouco mais para se tornar realidade. Depois da burocracia exigida por lei, já que o prédio é tombado pelo patrimônio histórico do estado, agora, a prefeitura busca recursos junto ao governo federal para bancar os gastos previstos em R$ 8 milhões.
A obra prevê a recuperação da parte histórica do prédio, além da restauração da fachada e reforma interna, que inclui as redes hidráulica e elétrica, o telhado e a implantação de acessibilidade. Há quatro anos, a prefeitura comprou o prédio, considerado um dos mais bonitos do estado. Na época, a posse da área pertencia ao Sindicato dos Ferroviários. A estação foi construída na década de 1930 e está fechada há cerca de vinte anos.
Atualmente, o prédio tem inúmeros vidros quebrados e recebe apenas turistas que aproveitam os passeios da Maria Fumaça aos domingos. A prefeitura pagou R$ 6 milhões pelo espaço para instalar as secretarias de Saúde e Educação, mas faz quatro anos que a obra não sai do papel. A beleza e a história da ferrovia dividem o espaço com o reflexo do abandono. Enquanto isso, o prédio com quase quinze mil metros quadrados, serve de depósito de lixo e entulho.
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O valor estipulado para a restauração pode trazer ao longo dos anos economia ao município. Hoje, a prefeitura paga R$ 200 mil por ano para alugar vinte imóveis que abrigam as secretarias. “O projeto está pronto. Demorou um ano e meio para ele ser aprovado pelo Conselho Estadual do Patrimônio Histórico. É um prédio tombado e protegido por lei e, agora, estamos na fase de captação dos recursos para conseguir fazer a reforma deste prédio. Temos uma esperança muito grande de começar no ano que vem”, informou o prefeito, Rodrigo Agostinho.
Ao todo, 400 funcionários deverão ser transferidos para a estação. É por isso que a proposta de restauração é acompanhada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru. “Qualquer que seja o profissional, um engenheiro ou arquiteto, ele deve ser um especialista. Ele deve ter a prática de projeto de restauro. O prédio deve passar por uma verificação de estabilidade para poder fazer um pré-dimensionamento do tipo de sobrecarga que ele poderá receber”, alertou o presidente do órgão, Luiz Cláudio Bitencourt.
Mais do que economia e segurança, restaurar o prédio significa valorizar a história e respeitar os moradores. Quem passa pelo local sabe a falta que o investimento público faz. “Está virando ponto de andarilho, de drogados. Uma porque está muito feio e, outra, porque é perigoso. Então é importante para gente ser reformado”, disse a copeira Adriana Moreno.
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