O presidente do Metrô de São Paulo, Luiz Pacheco, pediu nesta terça-feira (10) ao Ministério Público Estadual um prazo maior, até o começo do ano que vem, para explicar os contratos de reforma de trens. Há uma semana, ele recebeu uma recomendação dos promotores para suspender 10 contratos de manutenção de 98 composições.
O Ministério Público vê indícios de superfaturamento nos contratos assinados entre 2008 e 2010. A Promotoria suspeita que a reforma tenha saído mais cara do que se fossem comprados trens novos.
O presidente do Metrô disse que está analisando uma série de questões e que agora seria precipitado falar em suspender os contratos. Nós viemos tirar algumas dúvidas, trocar de ideia com eles em relação à recomendação. Provavelmente vamos ganhar um pouco mais de tempo para poder atender, disse Pacheco. Eu senti muito boa vontade do presidente do Metrô no sentido de efetivamente concretizar essa suspensão do contrato , completou o promotor Roberto Milani.
Contratos
Os contratos são referentes à reforma de 98 trens das linhas 1-Azul e 3-Vermelha. Juntos somam, segundo a Promotoria, R$ 2,5 bilhões. Entre as possíveis irregularidades está o fracionamento de contratos – segundo o promotor, foram firmados 10 deles e não quatro como previsto inicialmente.
Com isso, o valor inicial previsto, de R$ 1,622 bilhão, saltou para quase R$ 2,5 bilhões, um aumento de quase R$ 875 milhões, o que, para o MInistério Público, tornou a reforma mais cara do que a compra de trens novos. É um prejuízo ao erário evidente. Um prejuízo absurdo para os cofres públicos, afirmou Milani.
Outro motivo apontado pela Promotoria do Patrimônio Público é a suspeita de que um cartel tenha sido feito em um contrato para que trens fossem adaptados e pudessem operar sem condutores (sistema CBTC), no valor de R$ 708 milhões.
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