A conquista da BR-153/GO/TO pela Galvão Engenharia, no leilão desta sexta-feira, 23, após oferecer um deságio 45,99%, marca o retorno da empresa às concessões de rodovias, lembrou o vice-presidente Carlos Namur. A companhia controlava a concessionária Intervias, hoje no portfólio da Arteris, mas se desfez do ativo. “Era um desejo dos acionistas voltar ao setor”, comentou.
Segundo Namur, a Galvão estudou todos os trechos de rodovias ofertados e desde o início considerou a BR-153/TO/GO como prioritária e onde a companhia seria mais competitiva. Os estudos começaram há 1,5 ano, acrescentou.
Namur também informou que a solução financeira para o projeto já está desenhada, aproveitando a linha de financiamento ofertada pelo BNDES, aporte de capital próprio e possivelmente uma parceria estratégica com fundos. Ele não revelou, porém, quais seriam os fundos.
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Os investimentos estimados ao longo dos 30 anos de concessão da BR-153/TO/GO são da ordem de R$ 4,3 bilhões, sendo R$ 2,7 bilhões nos primeiros cinco anos. Somente no primeiro ano de concessão, a companhia estima aplicar R$ 400 milhões.
O diretor de concessões, Paulo Coutinho, lembrou que a companhia deve fazer um aporte de R$ 155 milhões para a assinatura do contrato e outros R$ 66 milhões devem ser feitos depois de um ano.
Namur descartou a possibilidade de acelerar as obras iniciais na rodovia para poder antecipar o início da cobrança de pedágio, que só pode feito após concluídos 10% das duplicações. Ele estima um ano de trabalhos para a conclusão desta primeira etapa.
Questionado sobre a concorrência do trecho leiloado com a Ferrovia Norte-Sul, ele destacou que 80% da carga transportada pela rodovia é carga geral, “Só 20% são commodities, então tem pouco impacto”, disse, acrescentando que a variável foi considerada, como também a expectativa de forte crescimento da região no futuro.
Novos projetos
O executivo acrescentou que a companhia pretende buscar novas concessões de rodovias e deve participar da disputa pela PPP da Tamoios, no mês que vem.
Além de rodovias, a companhia também pretende obter concessões nas áreas de escolas, hospitais e mobilidade urbana, como metrô. “Estamos estudando as próximas concessões (de metrô) que são as linhas 18 e 20 de São Paulo”, revelou. Ele não descarta a possibilidade de entrar também no setor portuário.
Até agora, o Grupo Galvão possuía presença em concessões em saneamento, por meio da CAB Ambiental. O Grupo tem 18 anos e foi criado a partir da cisão com o grupo Queiroz Galvão. Atua em obras de oleodutos e gasodutos, montagem industrial, edificações, infraestrutura rodoviária, aeroviária, portuária, ferroviária e urbana; hidrelétricas e barragens; saneamento básico e construção industrial.
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