A memória de Tyusuke Oshiro, 87 anos, atravessa o tempo e recua a 1940, época em que a economia de Campo Grande seguia fortemente impactada pela ferrovia. “O movimento na cidade era grande em dia de pagamento da Noroeste [companhia que operava a ferrovia, que ligava Campo Grande a Bauru, em São Paulo]”, conta. Também se recorda da importância do Comando Militar do Oeste (CMO), transferido para a Capital na década de 1930 do século passado.“Era só a Noroeste e o quartel. Quando os soldados recebiam [o pagamento], o movimento no comércio também aumentava”, acrescenta.
Uma cidade de ferroviários e de soldados, além de comerciantes, produtores rurais e funcionários públicos, com 49.629 habitantes (conforme o recenseamento do IBGE de 1940), transformou-se em uma capital com diversidade profissional nos vários segmentos econômicos e com uma população de 832.352 pessoas.
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Nessas duas pontas históricas – primeira metade do século 20 e segunda década do século 21 –, há aspectos comuns: a atração de trabalhadores de outros estados e países e a possibilidade de ascensão profissional. No passado, estão imigrantes, como Tyusuke, seus pais e irmãos; no presente, estão profissionais de áreas em expansão, como os engenheiros Marcos Lourenço Querido e Alexis Florentino Soares.
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