Uma coleção de mais de 90 livros de contratos da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil foi restaurada e digitalizada em Juiz de Fora. A maioria dos materiais é anterior à lei de criação dos cartórios no país, ou seja, os manuscritos são os únicos registros do patrimônio da antiga estrada de ferro e guardam a memória ferroviária de 96 municípios no eixo Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
A digitalização busca evitar que os documentos sejam manuseados e, assim, prevenir mais desgastes. “São documentos que não poderiam passar por nenhum tipo de equipamento e não podiam sofrer incidência de luz. Então nós fizemos uma captura através de altíssima resolução. Captávamos cada imagem e tratávamos em nosso laboratório”, explicou o gerente George Rocha.
Mais de 43 mil páginas amareladas passaram pela restauração. Os registros centenários que não estavam no acervo do Museu Ferroviário foram resgatados em estações no eixo entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O trabalho foi coordenado por um órgão do Ministério dos Transportes responsável pelo inventário da extinta rede ferroviária.
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O acervo está quase todo na unidade de Juiz de Fora. “Esses livros têm registros de 1883 até 1957. Além da importância legal, porque neles estão registrados os bens da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil, também possui importância histórica. Têm registros que estão intimamente ligados com a história dos 96 municípios abrangidos pela ferrovia por três estados: Minas Gerais, Rio e São Paulo”, disse o chefe da unidade regional de Juiz de Fora, Cláudio Márcio Bellini dos Santos.
Os livros de termos de contrato são consultados com frequência pelo funcionário do acervo Moacyr Baeta. Segundo ele, há ações judiciais que dependem de informações contidas apenas nesses documentos. “Isso facilita a consulta para atender as demandas de usucapião, de retificação de áreas e, até mesmo, para verificação da faixa de domínio da ferrovia”, explicou.
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