Dificuldades enfrentadas por mineradoras para alcançar as
metas anuais de produção de minério de ferro e o otimismo em relação ao consumo
da commodity na China têm sustentado as cotações em julho. Depois de amargarem
queda de 17,6% no primeiro semestre, os preços do minério recuperaram o fôlego
em julho e, no mês, acumulavam alta de 8,44% até ontem, para mais de US$ 70 por
tonelada. No ano, porém, a baixa é de pouco mais de 10%.
Os ganhos recentes são atribuídos à manutenção da demanda
firme por aço na China, o que dá suporte ao consumo da matéria-prima.
Considerando-se os números de demanda no primeiro semestre, é provável que o
país importe com alguma folga mais de 1 bilhão de toneladas do insumo neste
ano, superando o recorde de 2016. De janeiro a junho, as importações subiram a
539 milhões de toneladas métricas, alta de 9,3%.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
Ao mesmo tempo, grandes produtores têm se esforçado para
alcançar metas de produção definidas para o ano, sobretudo por causa de
condições climáticas adversas. A Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo,
já reduziu a previsão de embarques de minério de ferro no ano calendário de
2017 em até 10 milhões de toneladas, citando o clima desfavorável e trabalhos
em andamento para modernizar suas linhas ferroviárias.
Os embarques da commodity agora estão estimados em 330
milhões de toneladas, frente à projeção anterior que variava de 330 milhões a
340 milhões de toneladas. No primeiro semestre, houve queda de 2% na produção
da Rio Tinto, para 157 milhões de toneladas. Já as entregas recuaram 3%, para
154,3 milhões de toneladas.
Na australiana Fortescue Metals Group, a expectativa é a de
que a produção no ano fiscal de 2017 fique no piso do intervalo projetado, que
vai de 165 milhões a 170 milhões de toneladas, por causa das condições climáticas
adversas em suas minas. A brasileira Vale, por sua vez, informou que a produção
da commodity neste ano ficará perto do limite inferior da faixa projetada, de
360 milhões a 380 milhões de toneladas, diante da estratégia de redução da
extração de minério de menor qualidade.
Seja o primeiro a comentar