O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) fará alterações em sua política operacional para tornar viável o
projeto da Ferrogrão. A declaração é do secretário de Coordenação de Projetos do
Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Tarcísio Gomes de Freitas, que
participa do segundo dia do 15º Fórum Latino-Americano Brasileiro de Liderança
Estratégica em Infraestrutura.
Segundo o secretário, o funding do projeto da ferrovia está
sendo estruturado de modo a chegar a 80% da alavancagem. Para isso, os prazos
de amortização e carência serão maiores do que o banco está acostumado a
trabalhar. “Se usássemos a política operacional do banco, ficaríamos
estacionados na casa dos 50%, 60%”, afirmou.
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Tarcísio Gomes de Freitas avalia que o projeto da ferrovia é
“extremamente desafiador” do ponto de vista ambiental e de funding, e por isso
demanda soluções criativas. Nesse sentido, ele destaca que o governo tem se
debruçado sobre a matriz de risco da Ferrogrão. “Será completamente diferente
da matriz de risco de outros projetos, a gente vai mergulhar muito mais na
questão no compartilhamento de risco”.
Outras inovações também serão colocadas pelo governo, disse
o secretário, como situações de extinção do contrato sem penalidade, e sem
caducidade no caso de não atingimento do funding ou de não licenciamento.
O secretário reforçou que o empreendimento da Ferrogrão teve
a aprovação do ministro do Meio Ambiente para ser qualificado no PPI, de modo
que o balanço ambiental para o projeto é “claramente positivo”. “A outra opção
é a BR-163. Estaremos substituindo o transporte rodoviário pelo ferroviário, o
que tem benefícios ambientais do ponto de vista de emissões e eficiência
energética”.
O Ferrogrão contará com uma extensão de mais de mil
quilômetros, conectando a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao Estado
do Pará, desembocando no Porto de Miritituba.
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