Klabin capta com bônus ‘verde’ US$ 500 milhões

Depois de três anos fora do mercado internacional de dívida,
a produtora de papel e celulose Klabin emitiu ontem um “green bond”
de dez anos e captou US$ 500 milhões. Foi a primeira vez que a companhia lançou
os títulos com propósitos sustentáveis, seguindo os passos das concorrentes
Fibria e Suzano.

A operação teve demanda de US$ 3,5 bilhões, ou sete vezes o
livro de ofertas, e com isso a companhia conseguiu reduzir o custo da captação.
O retorno ao investidor (“yield”) foi inicialmente estimado em
5,375%, na abertura do livro, e caiu para 4,95% no fechamento. O cupom ficou em
4,785% ao ano.

De acordo com um banqueiro que acompanhou de perto a oferta,
o fato de os papéis serem verdes contribuiu para a alta demanda. “Alguns
investidores possuíam fundos normais e fundos verdes e, por isso, conseguiram
aumentar a ordem de compra”, explica. Além disso, o momento positivo para
os mercados emergentes no cenário internacional mantém alto o apetite por
emissores brasileiros.

A Fitch atribuiu o rating “BB+” para a operação.
De acordo com relatório, a nota incorpora a forte liquidez da empresa, mas não
desconsidera a elevada alavancagem após o início das operações da fábrica de
celulose Puma. A liderança no setor de embalagens e a ampla base florestal
também foram considerados.

A captação foi coordenada por Bank of America Merrill Lynch
(BofA), Citi, Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander.

A semana deve seguir aquecida, com emissão de US$ 500
milhões da Cosan, que deve ser precificada hoje, e a oferta da Adecoagro,
empresa argentina cuja fatia de 85% da receita sai do Brasil. Há expectativa de
novos anúncios nas semanas subsequentes.

“Se a demanda se mantiver alta, as taxas das ofertas
vão caindo e o custo da dívida fica menor para as empresas. Com isso, mais
emissores devem se interessar em captar”, disse outro banqueiro.

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