O Metrô de São Paulo vai construir um novo túnel para ligar
as Estações Paulista, da Linha 4-Amarela, e Consolação, da Linha 2-Verde. O
objetivo é tentar aliviar a superlotação no local. A conexão foi apelidada de
“túnel dos pinguins” graças à comparação de um ex-presidente da empresa, ao
descrever o fluxo lento de passageiros. Já foi aberto o processo para contratar
o projeto executivo da obra, que será financiada pelo Banco Mundial.
O traçado do novo túnel será definido pelo projeto a ser
contratado. Quem anda ali todo dia, entretanto, espera que o trajeto seja
menor. “É muito longo. Mesmo sem estar lotado, o percurso de uma plataforma à
outra demora cinco minutos”, reclama a analista Eliane Oliveira, de 30 anos. “E
quando lota muito, como hoje (ontem), desligam a plataforma.”
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A passagem – na verdade, são três túneis interligados – tem
171,6 metros de extensão. Hoje, afirma o Metrô, por lá circulam 22,5 mil
pessoas nos horários de pico da manhã e da tarde.
Inaugurado juntamente com a Estação Paulista em setembro de
2011, o túnel se mostrou subdimensionado desde o primeiro dia de operação no horário
de pico. Grades tiveram de ser instaladas para separar o fluxo de passageiros e
o piso tátil original, voltado para pessoas com deficiência visual, teve de ser
alterado.
A ideia agora é que o túnel existente seja de mão única,
apenas para passageiros que vão para a Estação Consolação, na Avenida Paulista.
A nova passagem subterrânea será usada para aqueles que seguem para a Estação
Paulista, que fica na Rua da Consolação.
Para o ano que vem, é prevista a abertura da extensão da
Linha 5-Lilás, na zona sul, com a promessa de ajudar a melhorar a distribuição
de passageiros na rede e desafogar o túnel. Mesmo assim, o Metrô estima que, em
2030, esse volume de passageiros pule para 34 mil pessoas nos horários de pico.
“Quando fica muito cheio, a gente demora muito para passar.
É muita gente. Pego ele todos os dias por volta das 7 horas, e é sempre
superlotado”, conta a professora Ana Claudia de Assis, de 28 anos.
Proposta
Na semana passada, o Metrô publicou no Diário Oficial
Empresarial um Pedido de Manifestação de Interesse (PMI) convocando empresas a
apresentar projetos para o novo túnel. O recurso a ser usado faz parte de uma
verba de R$ 400 milhões que o Metrô contratou com o Banco Mundial para obras da
Linha 4.
Segundo o termo de referência do PMI, o novo túnel sairá não
da passarela suspensa sobre as plataformas da Linha 4, como o atual, mas sim do
corredor que liga a plataforma à saída para a Rua da Consolação. Dali, o túnel
seguiria na diagonal do túnel existente, o encontrando na área das esteiras
rolantes da Linha 2-Verde. As consultorias serão selecionadas de acordo com
critérios do banco.
As empresas devem comprovar experiência em projetos
similares e vão se responsabilizar pelo gerenciamento das obras. O Metrô
cadastrará as interessadas até o próximo dia 17. Mas não há estimativa do valor
da obra nem prazo de conclusão.
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