Serviço de contêiner será retomado em Anápolis

O serviço de contêineres, suspenso
desde novembro do ano passado pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), no Porto
Seco de Anápolis, deve ser retomado em março. A resposta foi dada pelo gerente
geral comercial da VLI, Diego Zanela, durante reunião na Federação das
Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), em mais uma rodada de conversas que tinha
como finalidade resolver o impasse do transporte.

A senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) foi
responsável pela abertura do diálogo entre os órgãos e empresas implicados na
questão. Ela se encontrou com representantes do Porto Seco de Anápolis na
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), informando ao responsável
pelo setor de ferrovias, Alexandre Porto, da suspensão do serviço; conversou
com usuários e representantes do setor no Porto Seco, em Anápolis, e por duas
vezes esteve com representantes da VLI no Senado.

Na última reunião, em que
participaram, além da parlamentar, o presidente da Fieg, Pedro Alves de
Oliveira, o presidente do Coinfra (Fieg), Célio Eustáquio de Moura, o gerente
geral comercial da VLI, Diego Zanela, e os diretores da VLI José Geraldo de
Azevedo Lima e José Osvaldo Cruz, foi explicado que a holding, controladora das
concessões da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e Ferrovia Norte Sul (FNS),
apresentou um plano de negócios para a malha da FCA, também feito pela ANTT,
que vai determinar as exigências a serem cumpridas pela empresa. “A VLI não
manifestou nenhuma intenção de devolução de trecho em Goiás ou paralisação de
serviços”, disse José Osvaldo Cruz. “Goiás faz parte da malha, é de nossa
obrigação e tem mercado”, acrescentou.

O gerente geral comercial da VLI,
Diego Zanela, relembrou que a paralisação se deveu ao recuo das movimentações.
“Muito esclarecimento foi dado. A VLI teve a oportunidade de conhecer melhor a
região para um redesenho desse serviço, com qualidade e competitivo”, informou.

 

A FCA

 

Com 7.080 quilômetros de extensão, é
considerada o principal eixo de conexão entre as regiões Nordeste, Sudeste e
Centro-Oeste do Brasil. Atravessa mais de 250 municípios brasileiros em sete
Estados: Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe, Goiás e
São Paulo, além do Distrito Federal. Sua integração a grandes portos como os de
Vitória, Santos, Rio de Janeiro, além de outros nos Estados da Bahia, Goiás e
Minas Gerais, e sua conexão a outras ferrovias, como a Estrada de Ferro
Vitória/Minas (EFVM), MRS Logística, Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) e
Brasil Ferrovias, fazem da FCA um grande corredor de importação e exportação do
País.

Para implementar o transporte
ferroviário, o Porto Seco de Anápolis subsidiou o frete ferroviário no trecho
Anápolis-Sumaré para que os clientes tivessem confiança no novo serviço
oferecido. Outros trechos foram implementados a partir daí, como
Anápolis-Vitória, Anápolis-Camaçari e Anápolis-Santos. O volume de cargas
transportado chegou a atingir 3 mil contêineres de 40 pés, muitas vezes
transportados em duas composições diárias. Mais de 80 clientes tiveram suas
cargas transportadas via ferrovia. “É preciso aprovar o novo marco para
agências reguladoras”, defende Lúcia Vânia

O desconhecimento da Agência Nacional
de Transportes Terrestres (ANTT) sobre a suspensão do serviço de contêineres no
Porto Seco de Anápolis chamou a atenção da senadora Lúcia Vânia para o
desempenho das agências de regulação. A parlamentar foi quem informou o órgão
da interrupção da atividade por parte da Ferrovia Centro Atlântica (FCA).

Embora não se posicione contra as
privatizações, na reunião da última quinta-feira, na Fieg, a parlamentar goiana
deixou claro que a partir de agora trabalhará pela efetividade da fiscalização
das agências, para garantir ao Estado o trabalho que lhe compete de controlar
os serviços públicos executados por empresas privadas. “Para o interesse
público, é necessário alguém acompanhando e fiscalizando”, afirmou.

O Projeto da Lei Geral das Agências
Reguladoras, aprovado em 2016 pelo Senado Federal, atualiza o marco legal
desses órgãos. O texto final foi remetido à Câmara dos Deputados no mesmo ano
(Projeto de Lei nº 6.621/2016), onde desde então está parado. A intenção da
senadora é aprovar a proposta antes da privatização da Eletrobras, que está na
pauta do governo Temer para ser votada ainda este ano.

 

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