Tanto soja
quanto milho registrarão produções globais inferiores aos respectivos consumos
na próxima safra (2018/19), e essas relações menos confortáveis entre ofertas e
demandas tendem a permitir que as cotações internacionais de ambos os grãos
permaneçam, nos próximos meses, nos patamares mais elevados nos quais se
encontram em razão da quebra das safras argentinas, que se tornou evidente no
início deste ano.
É o que
sinalizou o primeiro levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA) sobre a temporada que “oficialmente” começará em
setembro, quando as colheitas do Hemisfério Norte estiverem entrando no mercado
e as semeaduras começarem a ganhar ritmo no Hemisfério Sul – desde que, é
claro, o clima colabore. Um cenário promissor para os produtores do Brasil,
protagonista de peso nos dois mercados.
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No tabuleiro
da soja, as estimativas divulgadas pelo USDA sinalizam que os estoques finais
mundiais (86,7 milhões de toneladas) representarão 19,5% da demanda total
(357,72 milhões), bem menos que neste ciclo 2017/18 (25%). Analistas consideram
que o percentual ainda indica uma relação confortável – em 2016/17, os estoques
representaram 14,8% da demanda -, mas de qualquer forma é menos gordura para
armazenar.
E nesse
cenário mais favorável aos preços, projeta o USDA, o Brasil deverá retomar a
liderança da produção global da oleaginosa. Conforme o órgão, o país produzirá
117 milhões de toneladas em 2018/19, volume similar ao previsto para 2017/18, e
superará os EUA, cuja colheita está calculada em 116,5 milhões de toneladas.
Levantamentos
divulgados ontem por Conab e IBGE sobre a safra atual dão força aos novos
números do USDA. Também segundo a Conab, a produção brasileira de soja somará
117 milhões de toneladas em 2017/18 enquanto o IBGE prevê 115,6 milhões. Mesmo
que o número do IBGE prevaleça, um novo recorde histórico será batido.
Nas
exportações, a liderança permanecerá com os brasileiros em 2018/19, conforme o
USDA. O órgão projeta que os embarques do país alcançarão 72,3 milhões de
toneladas, 1 milhão a menos que em 2017/18, ao passo que para os EUA a previsão
é de 62,3 milhões de toneladas, 6,1 milhões a mais na mesma comparação.
Depois dos
problemas climáticos que derrubaram sua produção na temporada atual, apontou o
USDA, a Argentina deverá se recuperar no próximo ciclo, ao passo que as
importações da China, principal âncora do mercado global de soja, tendem a
registrar incremento de 6,2%, para 103 milhões de toneladas.
No caso do
milho, as primeiras previsões do USDA para 2018/19 sinalizaram que os estoques
finais mundiais (159,2 milhões de toneladas) representarão 13,5% da demanda
total (1,1 bilhão de toneladas), ante 17,4% em 2017/18 e 18,6% em 2016/17. Isso
mesmo com um aumento de 20 milhões de toneladas na produção, também para cerca
de 1,1 bilhão de toneladas, que contará com a ajuda da recuperação da produção
argentina.
Nesse
mercado, o Brasil será, de acordo com o USDA, o terceiro maior produtor (87
milhões de toneladas) e o segundo principal exportador (30 milhões) em 2018/19.
De acordo com as projeções da Conab, a colheita brasileira será de 89,2 milhões
nesta safra 2017/18, e o IBGE prevê a produção em 86,6 milhões de toneladas.
– Fonte: http://www.valor.com.br/agro/5517977/usda-traca-cenario-positivo-para-precos-de-graos
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