O Governo federal vai incluir o Projeto da Ferrovia
TransAmericana no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que tem outras
oito propostas do setor. A garantia foi dada ontem pelo secretário de
Coordenação de Projetos do programa de Parcerias de Investimentos (PPI)
Tarcíscio Freitas, durante a Reunião bilateral de Desenvolvimento Ferrovia
Brasil-Bolívia em Corumbá. Matéria do Correio do Estado publicada no início de
julho apontava que a malha ferroviária nem constava no Plano Nacional de
Logística (PNL), que define as diretrizes dos vários modais de transporte de
carga até 2025. No relatório de acompanhamento do andamento dos empreendimentos
do PPI apresentado no Congresso Nacional em maio deste ano – ao qual a
reportagem teve acesso-, não constava a Ferrovia TransAmericana nem o trecho da Malha Oeste administrada pela
Rumo.
O evento, promovido pelo Governo federal, com apoio do
Estado e Prefeitura de Corumbá teve como objetivo discutir o projeto da
Ferrovia Transamericana – modal logístico que engloba 1,6 mil km de malha,
ligando o Porto de Santos a Corumbá e outros 600 km dentro da Bolívia,
totalizando 2,4 mil km de linha férrea.
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Participaram da reunião de ontem o ministro de Obras
Públicas, Serviços e Habitação da Bolívia, Milton Claros, o ministro João
Carlos Parkinson de Castro, Chefe da Coordenação- Geral de Assuntos Econômicos
de Latino-Americanos e Caribenhos – CGLAC/MRE, o ministro da Secretaria de
Governo, Carlos Marun, o secretário Jaime Verruck, da Semagro, o prefeito de
Corumbá, Marcelo Iunes e outras autoridades e empresários.
VIABILIDADE
De acordo com o secretário de Estado de Produção, Jaime
Verruck, presente no encontro, o anúncio de qualificação da Malha Oeste foi
reforçado pelo ministro Carlos Marun durante o evento. “Recebemos a confirmação
do próprio Marun de que a Malha Oeste está qualificada no projeto e será
incluída na PPI”, frisou Verruck, afirmando que o governo estadual quer incluir
a recuperação da malha da Ferrovia TransAmericana no PPI para assegurar que
parte dos R$ 6 bilhões que o Deutsche Bank (Banco Alemão) tem para financiar
obras no Brasil possa ser destinada a este projeto. O grupo de investidores
internacionais – que tem chineses e alemães – projetou em R$ 1,8 bilhão o valor
a ser aplicado na recuperação desta linha férrea, que vai ligar o porto da
cidade de Ilo, no Peru, ao Porto de Santos (SP), passando por Mato Grosso do
Sul, pelos municípios de Corumbá, Campo Grande, Ponta Porã e Três Lagoas.
IMPULSO
O secretário destacou ainda que a ferrovia é o grande
projeto para impulsionar a economia estadual. Na avaliação do governo, a
ferrovia desponta como um corredor logístico integrado, conectando terminais,
ferrovias e portos, entre eles o Porto Seco, em Três Lagoas (em andamento), e o
Porto de Santos. Com ramais que vão da fronteira com a Bolívia até São Paulo,
os produtos dessa região ganhariam patamar internacional, chegando a muitos
países importadores .
O estudo de viabilidade econômica mostrou que há potencial
para que o modal escoe celulose, grãos (soja, milho e farelo), combustível,
fertilizantes, ferro-gusa, minério de ferro, ureia, madeira e açúcar. Para que
a ferrovia seja viável, é necessário o máximo de produtos passando por lá, mas
não há ainda uma estimativa de carga anual.
A viabilidade da ferrovia, no entanto, depende de vários
fatores, como a prorrogação por mais 30 anos da concessão da Ferroeste à Rumo,
de um road show com empresários, e o financiamento do empreendimento orçado
previamente em 2 bilhões de dólares.
“O importante para nós, neste momento, é o selo que podemos
obter com a qualificação para atrair investidores ao projeto”, salientou.
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