Na sessão
ordinária desta segunda-feira (9) da Assembleia Legislativa, o senador Ricardo
Ferraço (PSDB) foi o “convidado de honra” dos parlamentares e usou a
Tribuna para se pronunciar sobre o impasse entre os governos do Estado e o federal
na polêmica da concessão da Ferrovia Vitória-Minas.
A novela
começou na última segunda-feira (2), quando o governo Michel Temer anunciou que
os recursos anunciados para o Espírito Santo seriam destinados para o
Centro-Oeste. O dinheiro seria da antecipação da renovação de concessão da
estrada de ferro.
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No coro ao
governador Paulo Hartung, o senador fez duras críticas à Vale, alegando que o
acordado era que a empresa seria a responsável por construir uma extensão da
ferrovia Vitória-Minas, ligando o município até a divisa com o Rio de Janeiro,
que teria cerca de 160 km de extensão.
Ferraço
destacou que está em diálogo com a União, mas que se o governo federal não
declinar dessa decisão, ele deve, juntamente com a bancada capixaba no
Congresso Nacional, ingressar com uma ação na Justiça para assegurar o direito
do Estado de receber a expansão da ferrovia Vitória-Minas.
“Obviamente,
não estamos fazendo esse combate só com o governo federal, estamos falando,
claramente, que a Vale está sendo muito covarde com o Espírito Santo. A Vale é
uma companhia que está instalada aqui há muitos anos e que gera emprego e
desenvolvimento, mas também impactos. E eu sei que esta Casa tem debatido muito
a questão dos impactos ambientais do chamado pó preto”, exagerou Ferraço.
Após o
pronunciamento do senador, alguns deputados se manifestaram, todos a favor de
Ferraço, com muitos elogios, discursos e perguntas. Mas o tom geral e repentino
de críticas à Vale, principalmente sobre a poluição, chamou atenção. Tanto a
Assembleia como a bancada federal, salvo raras exceções, sempre foram omissas
em relação à poluidoras do Estado, além de contarem com a mineradora, por
muitas eleições, como uma das principais fontes de doações de campanha.
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