Se a coragem
de José Antônio Pereira, assim como de outros desbravadores, fora essencial
para o nascimento de Campo Grande, a chegada dos trilhos da extinta Noroeste do
Brasil foi essencial para o crescimento populacional e também para o surgimento
das características culturais. O trem chega em 1914, trazendo com ele
desenvolvimento. Foram construídos galpões, estação de embarque, armazém, a
rotunda, além da Casa dos Engenheiros e da Vila dos Ferroviários.
Acompanhando
os trilhos, novas casas foram surgindo e, com seus moradores, novas culturas.
Campo Grande tornou-se destino de imigrantes alemães, árabes, argentinos,
japoneses, portugueses, italianos, espanhóis e portugueses. Começaram as
edificações dos primeiros hotéis, cinemas, cafés, farmácias, espaços comerciais
e residenciais. O primeiro edifício de alvenaria e com dois pavimentos foi a
Morada dos Baís (1918), hoje tombado como patrimônio histórico.
POD NOS TRILHOS
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Quatro anos
depois, é instalado em Campo Grande o Comando Militar do Oeste (CMO) e, com a
ajuda de engenheiros militares, é iniciado o processo de urbanização da cidade
com plano de abastecimento de água, instalação de clubes sociais e também a
formação do bairro mais antigo de Campo Grande, o Amambaí. Para atrair
migrantes, a cidade doava terrenos. Em troca, os beneficiados precisavam fixar
residência nessas terras.
Mas foi na
década de 60 que houve a “explosão populacional” em Campo Grande e começaram a
surgir grandes loteamentos afastados da área central. Conforme estudo de perfil
socioeconômico da Prefeitura de Campo Grande, o sul de Mato Grosso tornou-se
fronteira agrícola do Oeste brasileiro e, em razão do expressivo fluxo
migratório, começaram a surgir os grandes loteamentos. Desde a década de 50,
Campo Grande já superava a capital de Mato Grosso, Cuiabá, em número de
habitantes. Naquela época, todas as vias de acesso e transporte convergiam para
o centro. Porém, como mostra este caderno especial, hoje os bairros têm “vida
própria” e pouco dependem um do outro.
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