O Ministério
Público Federal (MPF) denunciou cinco investigados por lavagem de dinheiro,
evasão de divisas e crime contra o sistema financeiro de apropriação indébita.
Foram denunciados João Paulo Julio Lopes e Miguel Julio Lopes, proprietários da
corretora Advalor; e os doleiros Dario Messer, Chaaya Moghrabi (Yasha) e Flávio
Dib.
Os crimes,
apurados a partir das operações Câmbio Desligo, Calicute, Tolypeutes e
Advalorem, foram cometidos, segundo a Procuradoria, a partir das movimentações
financeiras da corretora Advalor, que funcionava tanto como instituição
financeira para armazenar recursos ilícitos de agentes públicos como para
efetivar pagamentos em seu favor.
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Entre outros
clientes, a corretora operava em favor do ex-secretário de Transportes do Rio
de Janeiro Luiz Carlos Velloso (governo de Sérgio Cabral), que utilizou os
serviços de Miguel e João Paulo Julio Lopes para movimentar parte dos valores
desviados das obras da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro.
A partir de
2016, Velloso começou a ter dificuldade em retirar os valores que estavam
depositados na corretora, onde permanecem até hoje R$ 700 mil.
“Os
administradores da empresa Advalor, Miguel Julio Lopes e João Paulo Julio de
Pinho Lopes, que funciona como verdadeira instituição financeira, operaram com
recursos ilícitos de agentes públicos e acabaram se locupletando pelo fato
destes agentes públicos terem sido investigados e seus ilícitos descobertos.
Isso porque na medida em que os ilícitos foram descobertos, os administradores
da empresa Advalor não devolveram os valores que lá estavam depositados”,
relatam na denúncia os procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Rio de
Janeiro.
Miguel e
João Paulo também são acusados de realizar operações dólar-cabo com o auxílio
dos doleiros Dario Messer, Chaaya Moghrabi (Yasha) e Flávio Dib, além de Renato
e Marcelo Chebar, Cláudio Barboza e Vinicius Claret. Isso porque a Advalor era
vendedora de dólares no exterior e, de acordo com as investigações, recebia os
recursos em espécie no Centro da cidade do Rio de Janeiro.
“No
caso concreto, os irmãos Chebar e Chaaya Moghrabi (“Monza”) tinham
interesse no crédito de dólares nas contas que operavam no exterior, enquanto
Miguel Julio Lopes e João Paulo Julio de Pinho Lopes, por intermédio de Flavio
Dib, recisavam de recursos em espécie, sendo Juca e Tony responsáveis por ligar
essas duas pontas”, explicam na denúncia. Neste sentido, as investigações
identificaram oito operações realizadas entre março de 2013 e fevereiro de
2014, no valor total de US$ 1.032.807,00.
Além da
condenação dos denunciados, o MPF pede a reparação de danos morais e materiais
em valores de R$ 20.062.456,00 para Miguel Julio Lopes e João Paulo Julio Lopes
e de R$ 7.542.456,00 para Dario Messer, Chaaya Moghrabi e Flávio Dib.
Defesas
A reportagem
está tentando contato com os citados. O espaço está aberto para as
manifestações.
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