As projeções da Conab estão baseadas no cenário para o clima
e na dinâmica de preços. O desempenho das cotações de algodão e soja, por exemplo,
fizeram os produtores investirem mais na lavoura e aumentarem a área plantada.
As chuvas da primavera vieram intensas, entre outubro e
novembro, antecipando o plantio da soja e criando uma boa perspectiva para a
segunda safra de milho. “Em todas as áreas do Brasil deu para antecipar o
plantio da soja e começar a safra antes”, disse o coordenador de produção
agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Alan
Malinski.
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O quadro é mais favorável do que na safra de 2018, pois as
chuvas na primavera de 2017 demoraram e foram menos intensas. Como resultado, o
plantio da soja foi atrasado e, em alguns casos, os produtores foram obrigados
a replantar.
Diante da nova projeção para a safra do ano que vem, a
Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) prevê que as exportações também
poderão atingir o recorde, na casa de US$ 100 bilhões. “O câmbio está mais
favorável para os produtores do que em 2013, ano em que as exportações
atingiram a maior marca”, disse o diretor-executivo da Abag, Luiz Cornacchioni.
Expansão
Projeção é de resultado recorde no campo
A expectativa, segundo ele, é de que a disputa comercial
entre Estados Unidos e China pode favorecer os produtores brasileiros de soja
no curto prazo, com elevação de preços e exportações. Mas essa brecha pode se
fechar em pouco tempo. “Uma guerra comercial entre esses dois países não é boa
para ninguém. Se ela se prolongar e se refletir no crescimento mundial, todo
mundo perde”, disse o diretor da Abag.
Malinski, da CNA, lembrou ainda que disputa comercial
favorece a produção de soja, mas nem tanto a de milho. Por causa da disputa com
os americanos, os chineses já estão comprando mais soja do Brasil, elevando os
preços. Como reação, os produtores americanos tendem a produzir mais milho no
lugar de soja, competindo por mercado com as exportações brasileiras, explicou
o especialista.
Estatísticas
Ontem, o IBGE também melhorou sua projeção para a produção
agrícola em 2019. Os dados do IBGE são diferentes dos da Conab, por conta de
metodologia e pela forma como coletam as informações. O IBGE projeta produção
de 231,1 milhões de toneladas no próximo ano, alta de 1,7% ante 2018, ainda
abaixo do recorde de 240,6 milhões de toneladas, em 2017. “Se o clima
favorecer, a gente pode chegar bem próximo da safra de 2017. Isso vai depender
muito do clima”, disse o responsável pelo levantamento do IBGE, Carlos Alfredo
Guedes.
Os dados de novembro do IBGE divulgados ontem também
confirmaram que o Brasil fechará 2018 com a maior safra de café da história, totalizando
uma produção de 3,6 milhões de toneladas, ou 59,6 milhões de sacas de 60
quilos.
Como a produção de café ocorre conforme uma sazonalidade
bienal – a colheita é forte ano, sim, ano, não –, essa cultura não deverá ter
destaque na safra de 2019.
Segundo Guedes, o clima ajudou a produção de café na safra
deste ano. O café do tipo arábica deverá fechar o ano com 2,7 milhões de
toneladas produzidas, alta de 28,2% ante 2017. Já o café canéphora terá
produção de 888,6 mil toneladas, alta de 30,4% ante 2017.
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