As minas na região onde está a barragem que rompeu em Brumadinho responderam por 7% da produção da Vale, no terceiro trimestre do ano passado, o resultado mais recente divulgado pela mineradora que é líder mundial na produção de minério, pelotas e níquel. O Complexo de Paraopeba produziu entre julho e setembro, 7,240 milhões de toneladas, ajudando a Vale a extrair mais de cem milhões de toneladas de minério (104,9 milhões). No período, a empresa lucrou R$ 5,7 bilhões.
O Complexo de Paraopeba tem quatro minas ( Mar Azul, Jangada, Córrego do Feijão e Capim Xavier), uma jazida que não está em operação e duas usinas de beneficiamento de minério. O acidente ocorreu em uma das barragens – a barragem 01 – da mina Córrego do Feijão. A barragem estava inativa. Uma outra barragem transbordou, mas não se sabe qual foi.
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Segundo José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o minério de ferro é o terceiro principal item na pauta de exportações brasileira, atrás apenas da soja (US$ 27 bilhões) e petróleo (US$ 21 bilhões). No ano passado, foram exportados US$ 18 bilhões, o que representa 400 milhões de toneladas por ano:
– A exportação deve ser pouco afetada, pois é atendida pelo complexo de Carajás, no Pará, de onde se extrai minério de qualidade melhor. Pode haver algum problema no mercado interno. As siderúrgicas que precisam do insumo estão concentradas no Sul e Sudeste e são abastecidas pelo complexo mineiro. Não tem ferrovia direto de Carajás, a logística para trazer minério de lá é mais complexa.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira , o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse que o acidente não deve afetar a produção:
– Minha preocupação agora não é com a produção, que eu saiba não tem problema algum com a produção.
Para Welber Barral, sócio da consultoria Barral M Jorge e ex-secretário de comércio exterior durante o governo Lula, o fato de produzir 7% do minério de ferro da Vale não significa que terá impacto nas vendas externas.
– Não necessariamente esse minério tinha escoamento externo. O impacto pode ser mais local. Grande parte da exportação tem saída pelo Pará.
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