Dois monotrilhos da linha 15-prata do metrô colidiram por volta das 23h desta terça-feira (29) em São Paulo. Segundo o corpo de bombeiros ninguém ficou ferido.
Um dos trens seguia vazio para uma área não operacional usada para fazer manobras quando se chocou com outro trem que estava parado, e também sem passageiros, na estação Jardim Planalto.
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De acordo com o metrô, uma sindicância será aberta para apurar as causas do acidente.
Em entrevista à TV Globo, o diretor de operações do Metro, Milton Gioia, disse que o acidente na linha 15-prata foi grave. Segundo ele, o monotrilho, que é operado automaticamente sem a interferência de um maquinista, teve seu freio de emergência acionado por um operador do Metrô que estava na composição.
Metroviários dizem que se o funcionário não tivesse acionado o sistema de emergência, o impacto teria sido maior.
O incidente ocorreu um dia depois de um equipamento do monotrilho da linha 15-prata se soltar e ficar pendurado a 15 metros de altura do solo. Partes da peça foram parar na avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, zona leste da capital.
O acidente que aconteceu por volta das 15h de segunda-feira (28) chegou a interromper a circulação de trens entre as estações São Lucas e Vila União, em São Paulo.
Por causa do ocorrido, os passageiros chegaram a enfrentaram lentidão nos trens até a manhã de terça-feira (29).
Segundo o Metrô, o equipamento que se soltou é chamado de “terceiro trilho” e é responsável por fornecer energia para os trens. Com isso, a circulação se deu com velocidade reduzida e maior tempo de parada nas estações.
Esse monotrilho está em construção desde 2011 e deveria ter sido entregue, da Vila Prudente até São Mateus, em 2014. Outro trecho, até o bairro de Cidade Tiradentes, está com a construção suspensa.
Só para chegar até o bairro de Iguatemi, no meio do caminho até Cidade Tiradentes, a obra custa R$ 5,2 bilhões.
Outras quatro foram inauguradas às pressas em abril pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB) antes de sua entrada na campanha à Presidência da República, mas nenhuma funciona em horário comercial. São elas: São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União.
Além dessas estações, outras quatro estão em obras: Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus.
O monotrilho da linha 15-prata é um exemplo de seguidas falhas de gestão. Apresentado como uma solução rápida e barata para ligar a Vila Prudente até a Cidade Tiradentes, virou uma obra demorada e cada vez mais cara.
A promessa de entrega da obra já mudou algumas vezes. Inicialmente, antes mesmo do atual edital, falou-se em 2012. A seguir, o prazo foi lançado para o final de 2015. A obra foi desmembrada, e a primeira etapa não tem nem prazo para ser concluída.
Uma das falhas mais graves foi no projeto. De repente, no meio da obra, engenheiros “descobriram” galerias de águas de um córrego embaixo da avenida paralela ao monotrilho. O governo fez um novo projeto e mudou o córrego de lugar.
Previstas inicialmente para 2012, as estações já inauguradas não tinham condições plenas de funcionamento, segundo o coordenador do sindicato dos Metroviários, Wagner Fajardo. Daí a longa fase de testes.
Isso porque não havia expertise em relação a esse sistema -o da linha 15-prata é o primeiro monotrilho do tipo a circular no país.
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