GDF aceita exigência de metroviários, mas não abre mão de privatização

O Governo do Distrito Federal (GDF) apresentou uma nova proposta para o metroviários acabarem com a greve do Metrô. A maior paralisação da história da estatal já dura 72 dias e deixou de transportar 1,6 milhão de passageiros, na comparação com o mesmo período de 2018. No documento, o Executivo local aceita o pedido dos trabalhadores para que o novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) tenha dois anos de validade. Contudo, desta vez, o Palácio do Buriti não aceitará uma contraproposta e cobrará 80% dos dias parados. O texto abre brechas para uma futura privatização. Com a queda das viagens, os cofres públicos já deixaram de arrecadar R$ 8 milhões.

Desde o começo da greve, a principal demanda dos metroviários era a ampliação do ACT de um ano para dois. O Metrô, finalmente, decidiu atender a demanda. No entanto, a proposta do governo sugere mudanças na redação do documento. Pela nova versão, os empregados só poderão ser demitidos por motivos “justos”. “Considera-se justo motivo, independentemente de processo administrativo específico, a realização de Programa de Demissão Voluntária (PDV), liquidação, extinção, e/ou redistribuição de empegados para atuação em outros órgãos ou entes públicos do Distrito Federal”, sugeriu o GDF, na ata.

Neste contexto, a polêmica reside na possibilidade de redistribuição. Afinal, o plano de privatizações do governador Ibaneis Rocha (MDB) promete a transferência de empregados das estatais para outros órgãos públicos. O PDV também é uma ferramenta comum em processos de concessão. Outro ponto controverso da proposta é a compensação diária de 80% dos dias parados. Neste caso, os trabalhadores teriam abono de apenas 20% do período de greve. Por outro lado, o GDF ampliou o reajuste para auxílio alimentação, refeição e ressarcimento de plano de saúde, de 4,67% para 6%. O Metrô, também, promete a incorporação da carga horária de 6 horas para o contrato de trabalho dos pilotos.

O Metrópoles tentou contato com o Sindicato dos Metroviários do Distrito Federal (SindMetrô), mas, até a última atualização desta reportagem, não havia obtido resposta. Este espaço permanece aberto para possíveis manifestações.

Fonte: https://www.metropoles.com/distrito-federal/gdf-aceita-exigencia-de-metroviarios-mas-nao-abre-mao-de-privatizacao

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